Política Titulo 469 anos
'A pandemia mostrou toda solidariedade do povo de Santo André'
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
08/04/2022 | 08:19
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Claudinei Plaza/DGABC


A comemoração do aniversário de Santo Amdré neste ano terá um gosto especial. Esse é o sentimento do prefeito Paulo Serra (PSDB), que entende que esta é uma oportunidade para celebrar as ações tomadas para preservar vidas e, principalmente, o processo de retomada para novos investimentos, com um olhar para o futuro. Nesta entrevista exclusiva ao Diário, o chefe do Executivo conta dos planos para a cidade, como a entrega de equipamentos simbólicos, como o Cine-Teatro Carlos Gomes, e fala do sentimento de solidariedade que marcou a população andreense durante o período mais agudo da pandemia.

Este é o sexto aniversário de Santo André com o sr. à frente da cidade. Qual é a diferença deste para os outros?

É o sentimento que a gente tem de retomada. De poder celebrar a vida com mais tranquilidade e mais solidariedade. Estamos em meio à vitória sobre o vírus, que ainda não é definitiva, mas em breve vamos comemorar de forma definitiva. A cidade recebendo prêmio de reconhecimento internacional e liderança no ranking de novas vagas em emprego em 2022. É a 12ª colocada entre as cidades que mais empreendem no Brasil. Temos inúmeros desafios ainda, problemas para serem enfrentados, mas esse é o sentimento que as pessoas têm. Vamos comemorar muito, celebrar a vida e a vitória sobre a pandemia. A cidade se portou de forma exemplar.Essa sinergia entre população e poder público fez com que Santo André se tornasse referência mundial no combate ao coronavírus.

Qual é o caminho de Santo André para esse cenário de retomada pós-pandemia?

Na saúde a gente vai deixar de ser monotemático, porque nos últimos dois anos só cuidamos de coronavírus. Agora vamos voltar com mutirões, com o Qualisaúde, saúde fila zero. A gente volta a celebrar com a Feira da Fraternidade e outros eventos que estão no DNA da cidade. E, por fim, a questão social, com a geração de empregos. Estamos muito otimistas com o crescimento econômico. Santo André tem se notabilizado com essa nova vocação, que é inovação, e com a prestação de serviços, e isso tem nos dado bons números. Tudo somado à Escola de Ouro, que tem feito capacitação de milhares de andreenses, já mirando no mercado de trabalho. Estas são as principais frentes. Graças a essas iniciativas estamos dando conta. É uma retomada efetiva, que nos coloca como protagonistas desse crescimento.

Parte dos equipamentos dos hospitais de campanha foi enviada para o CHM. Quais os aprendizados na saúde?

Tivemos que priorizar a vida, mas não nos arrependemos um segundo. O principal aprendizado é que o SUS tem um padrão de qualidade que faz as pessoas se sentirem seguras. O andreense se sentiu seguro de viver na cidade. A gente teve um dos melhores hospitais de campanha do Brasil e do mundo. Também vimos isso em relação à vacina. E a vacina deixou a sociedade homogênea, porque o rico, a classe média e as famílias mais humildes se vacinaram no mesmo lugar, com as mesmas vacinas. Isso é muito simbólico, porque a preservação da vida se deu de maneira homogênea.

O morador voltará a ter o Cine-Teatro Carlos Gomes e Parque Guaraciaba. O que significa o retorno destes dois equipamentos para Santo André?

Nesses dois equipamentos têm simbolismos interessantes. O Carlos Gomes quase deixou de existir. Se não fosse a sociedade civil se organizar nós não teríamos mais nada por ali. O Guaraciaba quase virou lixão e depois virou, infelizmente, o espaço que ficou conhecido como Tancão da Morte. Agora a cidade ganha dois equipamentos de alta qualidade. Um de lazer, cultura e esporte, que é o parque, e um cine-teatro de variedade, um local de eventos multiuso dentro de um corredor cultural, próximo à Casa do Olhar, Casa da Palavra e ao Museu de Santo André. Com isso, a gente abre uma nova página.

Como a cidade vem enfrentando a questão de combate às enchentes?

É um desafio enorme e estamos na fase de projeto do Piscinão da Vila América. Investimos mais na prevenção, na limpeza de bueiros, de córregos. bocas de lobo inteligentes . Mas o maior investimento de drenagem é no Piscinão da Vila América, porque é o problema mais complexo. As obras vão começar ainda no primeiro semestre e aí teremos uma solução definitiva.

Dá para dizer, depois de todo esse tempo, que o morador de Santo André se mostrou solidário em meio à pandemia do novo coronavírus?

Sem dúvida. Não foi surpresa, mas uma grata constatação. Isso estava um pouco adormecido e a pandemia fez com que aflorasse e refletisse durante a nossa gestão. A (primeira-dama) Ana Carolina sempre trabalhou com muita dedicação nas ações de solidariedade no Fundo Social, com o núcleo de inovação, com o Santo André Solidário. Isso já tinha se espalhado na cidade. E quando a gente mais precisou de união, este espírito aflorou. Aqui não tivemos que multar ninguém que não usou máscara ou que não se vacinou. Pedimos doação e sempre conseguimos quantidades acima da expectativa. Tudo sempre foi feito com diálogo e com esse sentimento. A cidade sempre esteve entre as dez cidades que mais vacinaram no País. Por isso o município virou uma referência no combate à Covid-19 e sofreu muito menos que as outras. No aspecto econômico também. A chamada recuperação em V, que não aconteceu no Brasil, em Santo André aconteceu. Esse sentimento de solidariedade tomou conta das pessoas.

O Fundo Social passou a ter um papel mais importante na administração? E como será daqui para frente?

Acredito que o Fundo Social, a Escola de Ouro, o núcleo de inovação social e esse conceito da cidade solidária formam uma rede. A Escola de Ouro forma essa mesma pessoa que recebeu uma cesta básica e ela fica sabendo que tem um curso de formação e sabe que não vai precisar mais de cesta básica porque pode ter uma profissão. Acredito que essa rede de solidariedade que foi montada terá importância muito grande. Principalmente na capacitação, que virou um grande projeto e que poderemos chegar à marca de até 10 mil pessoas capacitadas neste ano em todos os cursos. A Ana Carolina fez isso sob medida e a gente molda o curso que o próprio mercado está pedindo. Hoje, Santo André é a capital gastronômica do Grande ABC, e até da Região Metropolitana, e tem falta de bartender, de mão de obra para essa atividade. A gente formou 70 profissionais e 90% saíram empregados. Estamos fazendo cada vez mais. E estamos levando os cursos aos bairros, moldados para cada local.

Caminhando para os últimos dois anos de mandato, o que falta fazer para a cidade? E qual o legado que o senhor quer deixar?

Temos que dividir entre as coisas do dia a dia. Precisamos resolver os problemas crônicos de décadas. A gente está focado na questão do Metrô para a região e nessa questão do Piscinão da Vila América. O Parque do Pedroso, que funciona, mas que precisa ter encaminhamento definitivo. Paranapiacaba, que é uma vila, mas que queremos entregar uma vila totalmente turística, ser aquele diamante lapidado. Então tem essas questões práticas do dia a dia. Sem dúvida, a questão do Qualisaúde vai deixar um legado. A saúde está completamente reorganizada desde o início. A gente vai deixar um outro sistema de saúde na cidade. Mas o grande legado acredito que seja a volta de a cidade ser planejada estrategicamente. Da capacidade econômica, de onde ela quer crescer, da capacidade de investimento em políticas públicas. As pessoas estão percebendo isso, que a cidade está cuidada. Tem um caminho. E a gente perdeu esse caminho desde o início dos anos 2000. Ainda tem o Santo André 500 anos, que é a iniciativa de deixar um legado de planejamento para os próximos 30 anos, para que o eixo não se perca mais. Espero que ninguém no futuro assuma cidade como a gente assumiu em 2017, com desorganização e falência. E do ponto de vista dos moradores e de quem vive, o sentimento de que tem orgulho de viver e cuidar da cidade. Que percebe que o saldo é positivo. As pessoas percebem o trabalho que vem sendo feito pela nossa gestão. Considero isso um grande legado de amor por Santo André.
 




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