Sindicato prepara manifestação e passeata, que percorrerá ruas da cidade; servidores querem que governo reveja o índice de reajsute
Insatisfeitos com o reajuste salarial aplicado pela Prefeitura, após projeto do Executivo ser avalizado pela Câmara, servidores municipais de São Bernardo preparam paralisação para amanhã. Os colaboradores também organizaram passeata, que deve percorrer ruas da cidade.
Na semana passada, a administração municipal, sob comando do prefeito Orlando Morando (PSDB), enviou proposta de reajuste para os servidores à Câmara. Conforme o projeto aprovado pelos vereadores, a gestão do tucano reajustou os salários em 6% e dobrou o valor do vale-alimentação, que passou de R$ 220 para R$ 440.
A reclamação dos servidores, entretanto, é que o repasse foi menor do que a corrosão causada pela inflação, que até fevereiro deste ano acumulou 10,54%, conforme informações obtidas no portal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O sindicato enviou aviso de greve para a Prefeitura de São Bernardo ainda na segunda-feira.
“Vamos tentar chamar a atenção da administração para que possamos tentar renegociar o repasse. O aumento foi muito pouco em relação às perdas que tivemos com a inflação. Entendemos que a paralisação é um caminho. Pelo que estamos vendo, a adesão está grande, profissionais de diversas áreas se prontificaram a parar”, declarou o presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos) de São Bernardo, Dinailton Cerqueira.
A entidade também afirma que a administração não levou em consideração 14 demandas que a representação de classe colocou na mesa de negociação. Entre as reivindicações estão melhoria nas condições de trabalho e de equipamentos em todas as áreas; readequação de jornada de trabalhadores da saúde; realização de novos concursos e o chamamento de candidatos que prestaram e foram aprovados em concursos recentes e revogação da lei das férias.
Na semana passada, durante plenária em que os vereadores aprovaram o reajuste, houve manifestação de servidores que acompanhavam a sessão. Munidos de faixas e cartazes, os funcionários públicos pediam para que os vereadores rejeitassem a proposta, o que não aconteceu. Minutos depois o placar da Câmara anunciava que os parlamentares aprovaram a reposição salarial: 25 votos favoráveis e nenhum contrário. Vereador Fran Silva (PSD) faltou à sessão.
No dia da aprovação, o Executivo chegou a alegar que o valor do reajuste foi “o máximo possível dentro da lei”. Em meio à pandemia de Covid-19, legislação federal vetava a aplicação de reajuste salarial a servidores em todas as esferas de governo.
Por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo afirmou que mantém diálogo com o sindicato e que ofereceu reajuste salarial de 6% e aumento de 100% no valor do auxílio-alimentação. “(<CF51>O valor</CF>) Representa majoração de 10% a 23% nos rendimentos finais dos servidores ativos. Os valores propostos seguiram as diretrizes constitucionais da Lei de Responsabilidade Fiscal. O acréscimo será repassado integralmente ao funcionalismo já a partir do mês de abril”, informa o documento.
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