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Fraudes e furtos de energia elétrica têm alta de 13% na região

Empresa alerta que as ligações irregulares afetam a qualidade da distribuição e que a conta é dividida entre todos os consumidores

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
07/04/2022 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


De acordo com dados da Enel Distribuição SP, concessionária responsável pelo fornecimento de energia no Grande ABC, em 2021 houve aumento de 13,4% no número de fraudes e furtos na rede. Foram 11.538 ocorrências, contra 10.175 em 2020. O número de inspeções para identificar possíveis irregularidades também aumentou – 22,9% – no período, passando de 43.825 ações no ano retrasado para 53.869 no ano passado.

Segundo a empresa, nos 24 municípios onde atua, o volume de energia recuperado pela distribuidora em 2021 seria suficiente para abastecer cerca de 145 mil residências por um ano com consumo médio mensal de 150/kWh. Ainda de acordo com a Enel, entre os principais fatores que explicam o aumento do número de fraudes identificadas estão mudanças em procedimentos operacionais internos, a ampliação das inspeções e a piora na condição socioeconômica, agravada pelos impactos negativos da pandemia do novo coronavírus.

Responsável pela área de operações comerciais da Enel Distribuição São Paulo, Ricardo Martins explicou que a pandemia resultou em aumento nas perdas comerciais na área de concessão da empresa e que, por isso, todos os esforços têm sido concentrados no objetivo de interromper situações de irregularidade. Martins explicou que as fraudes, conhecidas como gatos, sobrecarregam as redes e colocam em risco o fornecimento regular, já que as redes são programadas para atender determinado número de consumidores. O acesso irregular à rede também representa risco de acidentes com descargas elétricas, que podem ser fatais. Além disso, parte das perdas operacionais é dividida entre os consumidores, que pagam mais nas contas por conta disso.

“A gente está empregando um número maior de equipes para identificar as ocorrências. Ano passado fizemos 360 mil inspeções, vamos aumentar neste ano, o processo de fiscalização segue intenso”, afirmou Martins. “Temos diversos algoritmos para identificar onde vamos fazer as inspeções, temos também os nossos canais de atendimento caso as pessoas encontrem alguma irregularidade e o direcionamento das equipes se dá onde a gente identifica uma maior incidência”, completou.

Maior município da área de concessão da concessionária, São Paulo lidera o ranking de inspeções realizadas em 2021, totalizando 254,9 mil, com 38 mil irregularidades encontradas. A Capital é seguida pelas cidades de São Bernardo (16,2 mil inspeções e 1.161 irregularidades), Santo André (12,5 mil inspeções e 981 irregularidades), Barueri (11,4 mil inspeções e 247 irregularidades), Diadema (9.100 inspeções e 655 irregularidades) e Osasco (8.000 inspeções e 1.355 irregularidades) – veja os números completos das cidades do Grande ABC na arte abaixo.

CRIME

Em 2021, a Enel realizou 211 operações que resultaram em 114 pessoas detidas em flagrante. Os dados refletem a retomada gradual das operações, bem como o número de denúncias recebidas via Polícia Civil. Das 211 operações realizadas, 75% estão relacionadas a clientes comerciais e 24%, residenciais. Do número total, 29% foram na regional Sul da área de concessão da companhia, 28% na Oeste, 22% na Leste e 21% na Norte.

A concessionária alerta que fraudes e furtos são crimes previstos no Código Penal, e a pena pode variar de um a oito anos de detenção. Além disso, a distribuidora também cobra dos fraudadores os valores retroativos referentes ao período em que ocorreu a irregularidade, acrescida de multa. Cometem crime tanto as pessoas que executam fisicamente a fraude nas instalações quanto os titulares das contas de energia. Denúncias de irregularidades podem ser feitas pelo site da Enel (www.enel.com.br), pelo aplicativo ou pelo 0800 72 72 196.

Governo anuncia fim da tarifa extra, que acrescia a conta de luz em R$ 14,20

O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou ontem o fim da bandeira de escassez hídrica, em vigor desde setembro do ano passado, e que gerava taxa extra na conta de energia elétrica de R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Com o fim da bandeira, não haverá mais cobrança de taxa extra na conta de luz. A medida entra em vigor a partir do dia 16 de abril, informou o presidente.

“Bandeira verde para todos os consumidores de energia a partir de 16 de abril. A conta de luz terá redução de cerca de 20%”, postou Bolsonaro nas redes sociais. Em seguida, o MME (Ministério de Minas e Energia) publicou nota oficial com o mesmo teor das postagens do presidente sobre o assunto.

A tarifa extra foi aprovada em meio à crise hidrológica que afetou o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas do País em 2021. As usinas são a principal fonte geradora de energia elétrica no Brasil. De acordo com o governo federal, foi a pior seca em 91 anos.

“Em 2021, o Brasil enfrentou a pior seca já registrada na história. Para garantir a segurança no fornecimento de energia elétrica, o País utilizou todos os recursos disponíveis e o governo federal teve que tomar medidas excepcionais. Com o esforço dos órgãos do setor, o País conseguiu superar esse desafio, os reservatórios estão muito mais cheios que no ano passado e o risco de falta de energia foi totalmente afastado”, diz, em nota, o MME, também reproduzida pelo presidente da República.

A perspectiva do governo é a de que a bandeira verde vigore até o final do ano.




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