Setecidades Titulo Confusão
Após pancadaria, alunos agredidos abandonam escola em São Bernardo

Por falta de segurança, estudantes estão há 44 dias afastados e sofrem com devasagem; MP abriu inquérito para investigar o caso

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
05/04/2022 | 17:58
Compartilhar notícia
Divulgação


Tenho medo de mandar meu filho de volta para a escola.” O desabafo é de Vanessa (nome fictício), 57 anos, mãe de um dos alunos agredidos durante pancadaria generalizada que aconteceu no fim de fevereiro na EE (Escola Estadual) Francisco Prestes Maia, em São Bernardo. Por falta de segurança, dois estudantes que sofreram os ataques e tiveram ferimentos abandonaram a unidade de ensino e estão há 44 dias sem estudar. 

Segundo relato da mãe, a confusão teria começado porque dois alunos haviam se desentendido e, quando começaram a brigar entre eles, outros estudantes decidiram participar, causando assim um tumulto. A motivação seria uma rivalidade entre a EE Prestes Maia, que recebeu os estudantes da antiga Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico) Pedra de Carvalho, fechada recentemente. 

Procurada pelo Diário, a Seduc (Secretaria de Educação do Estado) informou que a direção da unidade chamou os responsáveis e alunos para uma conversa de mediação e orientações das providências, e que, no dia seguinte da confusão, a pasta solicitou uma reunião com a Polícia Militar, conselho tutelar, diretoria de ensino e representantes do grêmio estudantil, para alinhar estratégias de convívio e segurança nas escolas da região.

O caso foi registrado na Placon (Plataforma Conviva SP), sistema utilizado para acompanhamento de registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino, e ainda conforme esclarece da secretaria, na unidade estão sendo promovidas formações pedagógicas que buscam fortalecer a convivência e o sentimento de pertencimento dos alunos. 

Mesmo após a reunião, Vanessa explica que não se sente segura em mandar o filho para escola e que, desde então, tem procurado vaga em outras unidades de ensino na região. “Mandaram meu filho machucado para casa e sem nenhuma assistência. Isso nunca aconteceu antes. Ele nunca se envolveu em nenhuma confusão e agora está sem poder estudar porque a única vaga disponível é em uma escola que fica próxima à casa dos agressores e não tem condições de enviar ele para lá”, conta a mãe, que está preocupada com o estado emocional do filho devido à ausência no ambiente escolar. 

Vanessa e Patrícia (nome fictício), mãe de outro jovem agredido na briga, recorreram ao conselho tutelar da cidade para tentar vagas em outras unidades de ensino. A conselheira responsável pelo caso, Juliana Rocha, 42, informou que solicitou para diretoria regional de ensino, mas que, no momento, as únicas instituições disponíveis ficam localizadas em locais distantes. Ainda segundo a profissional, foi aberto um inquérito no MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) para apurar o caso. 

Sobre a situação das vagas, a Seduc afirmou, por meio de nota, que “os alunos estão matriculados em escolas que ficam a menos de dois quilômetros de suas residências. A Diretoria de Ensino de São Bernardo se colocou à disposição para atender as mães e realocar os alunos em escolas com vagas disponíveis”, complementou. Já em relação ao período de afastamento dos alunos, a pasta alegou que os estudantes podem acompanhar as atividades remotas pelo Centro de Mídias SP, mas em caso de defasagem, a escola vai elaborar um plano para reposição de conteúdo para os dois educandos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;