O ‘efeito PEC' (proposta de emenda constitucional) 333, que rege sobre o aumento de vereadores e a redução de repasse às câmaras municipais, passou como furacão pelo cenário político do Grande ABC e provocou mudanças em algumas estratégias partidárias.
Logo depois de ser aprovada pela Câmara Federal, muitas legendas da região começaram a se articular no âmbito de coligação proporcional. O mais inusitado ocorreu em Diadema, que mesmo antes da aprovação pelo Senado, a Câmara Municipal decidiu reger sobre a questão. Os vereadores apresentaram um projeto de lei estabelecendo um aumento no número de cadeiras das atuais 16 para 21.
Após a derrocada no Congresso, os parlamentares recuaram e reduziram o aumento, estabelecendo em 17 o número de cadeiras. A votação ocorrerá amanhã.
Além disso, em toda a região, as convenções partidárias serão caracterizadas por ressalvas. A maiorias das legendas homologará seus documentos com possibilidade de modificação, à espera da aprovação pelo Senado, até o dia 30.
PARTIDOS - Em Santo André, a possibilidade da PEC não trouxe mudanças. O DEM, cujo candidato a prefeito será o advogado Raimundo Salles, foi o primeiro partido do Grande ABC a realizar sua convenção. Dentre as demais legendas, apenas o PT, que terá chapa encabeçada pelo deputado estadual Vanderlei Siraque, modificou sua data, e antecipou para a última sexta-feira. No entanto, o presidente municipal da legenda, Tiago Nogueira, alegou que a modificação foi por conta "de um compromisso de Siraque fora do País".
Mesma situação ocorreu na vizinha São Bernardo. Os prefeituráveis não modificaram suas datas. No PPS, que terá o deputado estadual Alex Manente como candidato a prefeito, o presidente da sigla, Otávio Manente, afirmou que as articulações não se basearam na possível votação. "A aprovação facilitaria o trabalho no contingente. Porém, decidimos não nos pautar nessa possibilidade", explicou.
Em São Caetano, a alteração ocorreu no PPS. O presidente municipal, o ex-deputado estadual Marquinho Tortorello, adiou a convenção para o dia 29. "Decidimos esperar por uma definição em Brasília para nos pautarmos. Devíamos ter realizado no início do mês", disse.
Na polarização pelo Poder Executivo de Diadema, o adiamento trouxe efeitos diferentes. O PT, que terá o deputado estadual Mário Reali, adiou em uma semana e fará a convenção no dia 22.
No lado dos tucanos, a alteração foi em um adiamento nas adesões. Com a possibilidade de aumento de cadeiras, o partido, que terá chapa encabeçada pelo deputado estadual José Augusto da Silva Ramos, não conseguiu formalizar alguns apoios.
Em Mauá, a única mudança ocorreu no PT, que deixou sua convenção para o dia 27, mas a PEC não foi o motivo da mudança, alegou o presidente Hélcio da Silva.
Entre os partidos de Ribeirão Pires, a situação ficou inalterada. Já em Rio Grande da Serra, o prefeito Adler Kiko Teixeira, que concorre à reeleição, garante estar alerta à situação. "Podemos fazer uma mudança caso a PEC 333 seja votada", disse o chefe do Executivo, que realizará hoje a convenção.
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