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Reformas nao terao atençao exclusiva, diz Pimenta
Por Do Diário do Grande ABC
14/01/2000 | 10:09
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O ministro das Comunicaçoes, Pimenta da Veiga, afirmou que o governo deve passar a dar mais ênfase à administraçao do país, sem dar atençao exclusiva às reformas constitucionais, de forma a evitar que se caia em uma paralisia. "O esforço para aprovar as reformas em vigor foi uma coisa fantástica, mas agora tem que administrar o país; vamos cuidar da administraçao e fazer o necessário", afirmou. Esta semana, também o presidente Fernando Henrique Cardoso deixou claro que o governo está encerrando a fase de dedicaçao exclusiva às reformas, passando a cuidar mais da vida cotidiana. "Já fizemos tantas reformas que nao podemos pegar o sarrafo e colocar cada vez mais para frente", completou.

O que nao se pode imaginar, na opiniao do ministro, é que o país possa ficar parado dez anos esperando a conclusao das reformas. O ministro ponderou que é necessário questionar se há condiçoes políticas para "parar o Brasil" até que todas as reformas sejam concluídas. Lembrou também que as necessidades de novas reformas poderao passar a ser maiores caso o governo opte por insistir em se dedicar exclusivamente às reformas, deixando a "economia estacionada ou regredindo".

O fato de o governo abrandar a ênfase inicial dada às reformas constitucionais nao significará, na opiniao do ministro um abandono das discussoes em andamento, como a reforma tributária, a conclusao da reforma da Previdência e a reforma política. "Precisamos dessas reformas, mas nao quer dizer que elas precisem ser feitas na semana que vem", afirmou.

Para o ministro, as reformas já conseguidas pelo governo permitirao que o país retome a trajetória do crescimento econômico de forma nao inflacionária. "É desejável fazer a reforma tributária, concluir a reforma da Previdência e aprovar a Reforma Política, mas, se isto nao acontecer, nao será o fim do mundo", disse.

Extensao - Segundo Pimenta, a mudança na ênfase do governo em relaçao às reformas constitucionais tem como objetivo repensar as necessidades de mudanças. "É preciso ver a extensao das reformas, a necessidade efetiva do que pensamos que deve ser reformado", afirmou. Deu como exemplo o caso da Previdência. Considerando a hipótese de um crescimento econômico de 10% ao ano, a situaçao da Previdência será completamente diferente, acentuou o ministro.

Ele explicou que no caso desta hipótese, a Previdência trabalharia com um orçamento mais folgado porque as contribuiçoes seriam em um volume maior que o que sao hoje, e os gastos com os benefícios seriam menores porque as pessoas vao se cuidar melhor.

Juros - A nao aprovaçao das reformas constitucionais em tramitaçao no Congresso nao é impeditivo para que o Banco Central possa reduzir as taxas de juros, o ministro das Comunicaçoes, Pimenta da Veiga. "As reformas que já foram feitas eram indispensáveis para isto; as que restam sao desejáveis mas nao sao indispensáveis para a queda dos juros", disse ele.

Pimenta trabalha com a expectativa de que no primeiro semestre deste ano o Congresso apenas avance na tramitaçao da Reforma Tributária, sem concluir a tramitaçao. Ele acredita que nao haja tempo hábil para a aprovaçao em duas votaçoes na Câmara e Senado. Mesmo porque, afirmou, a expectativa é de que o Congresso, em funçao das eleiçoes municipais de outubro, concentre suas atividades apenas no primeiro semestre deste ano.

"É preciso ter senso de realidade", ressaltou. Para ele, o ideal seria a aprovaçao da tributária este ano. "Se isto nao ocorrer, o governo nao estará algemado e a economia nao estará paralisada por isso". No caso da reforma política, o ministro disse que nao há empecilhos para a sua votaçao uma vez que o Senado já aprovou pontos importantes.




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