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Expulso do PT, Joilson Santos acusa o partido de perseguição

Vereador de São Bernardo diz que é cedo para definir futuro político, mas não descarta se filiar a sigla da base governista

Evaldo Novelini
Do Diário do Grande ABC
20/03/2022 | 08:05
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Divulgação


Expulso do PT na sexta-feira, o vereador de São Bernardo Joilson Santos disse ontem que ainda é cedo para definir seu novo partido. Dizendo-se perseguido pela direção da antiga agremiação, o parlamentar não descarta se filiar a uma das siglas que dão sustentação ao governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) na Câmara.

"Estou sem partido, estou em paz, estou trabalhando. Fui acolhido pelo povo", respondeu Joilson, ao ser perguntado pela equipe do Diário se iria reforçar as fileiras governistas. Ele acusou a antiga sigla de retaliação. "Depois que me elegi passei a sofrer graves perseguições. Desde o início ficou claro que a cúpula do partido desejava que o meu suplente tivesse assumido", completou.

Exercendo seu segundo mandato na Câmara, Joilson foi expulso do PT, por unanimidade, em reunião ordinária realizada na sexta-feira. Segundo nota oficial do partido, a punição foi determinada porque o vereador cometeu "infrações de forma constante e, portanto, reiteradas dos dispositivos estatutários". A sigla deliberou ainda que vai pedir a cadeira do ex-filiado na Câmara por infidelidade.

Entre as condutas consideradas inadequadas pela agremiação, de acordo com a nota, está o fato de Joilson Santos ter "votado com constância em descompasso com a própria bancadado PT na cidade, notoriamente, alinhado com a bancada do governo Orlando Morando, em pautas que afetam diretamente os trabalhadores do serviço público municipal e a população".

Um dia após ser expulso do PT, Joilson manteve a agenda. Pela manhã se reuniu com cerca de 200 moradores do bairro Cooperativa, para ouvir demandas. À tarde, vistoriou obras de sinalização viária no Alves Dias. À noite, participou de festa de aniversário com correligionários.

Quando questionado sobre seu futuro político, especialmente da possibilidade de se filiar a uma sigla que orbita o PSDB de Orlando, o expetista foi econômico com as palavras. "Nem estou pensando nisso. Trabalho, trabalho, trabalho e trabalho, é nisso que estou pensando neste momento."

Joilson também disse que não teme perder a cadeira na Câmara. Argumentou que tem tanto apoio popular ­ "O povo confia no nosso trabalho" ­ quanto dos colegas. "Todos são solidários à minha situação, porque ninguém quer ser perseguido em sua própria casa", declarou.

CADEIRA

Na mesma reunião em que decidiu a expulsão do vereador, o PT deliberou que vai reivindicar legalmente a cadeira que o ex-filiado ocupa na Câmara de São Bernardo. O primeiro suplente da sigla é o exvereador José Luiz Ferrarezi, que obteve 2.085 votos na eleição de 2020.

Segundo as contas do PT, Joilson não é dono da cadeira porque os 2.699 sufrágios que recebeu não seriam suficientes para lhe assegurar a vaga, pois o quociente eleitoral superou os 13 mil. "A ampla maioria dos votos que elegeram o parlamentar são atribuídos ao Partido dos Trabalhadores", ilustrou o partido na nota.  




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