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Briga do salário mínimo é eleitoreira, dizem líderes
Do Diário do Grande ABC
26/02/2000 | 12:38
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O terreno em que PSDB e PFL disputam o título de dono do aumento do salário mínimo tem dimensoes de palanque eleitoral. A constataçao de que a proximidade das eleiçoes municipais alimenta sensibilidades sociais é feita pelos próprios líderes governistas no Congresso.

O apelo popular da bandeira, reconhecem, torna-se irresistível, quando o que está em jogo é a eleiçao do maior número possível de vereadores e prefeitos, em outubro. Ainda mais porque há quem defenda que será uma eleiçao com forte conotaçao de prévia da sucessao de Fernando Henrique Cardoso.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Aécio Neves (MG), é dos que concordam com essa tese: "Haverá reflexos na eleiçao presidencial de 2002 para o partido que se sair muito mal nas eleiçoes municipais". Por isso, os tucanos resolveram correr atrás do PFL, primeiro a defender o aumento salário mínimo acima da inflaçao.

"Essa jogada do PFL foi de cunho eleitoral. O valor proposto por eles dificilmente será alcançado. Mas é claro que, quando o PFL inaugurou o debate, os outros partidos tinham que ir atrás", alega Aécio.

Atraso - Com duas semanas de atraso em relaçao ao PFL, o PSDB decidiu defender o reajuste do mínimo para R$ 160. Os pefelistas continuam insistindo na proposta de R$ 177, valor equivalente a US$ 100 no dia em que lançaram a campanha de aumento do salário mínimo.

O alerta feito pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, de que o reajuste elevaria a inflaçao em um ponto percentual, nao desanimou o PFL. "A proposta do PSDB já representa um avanço. Mas estao querendo tirar a nossa bandeira e vamos continuar insistindo no aumento para R$ 177", diz o líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE).

Na corrida pela paternidade do aumento do mínimo, os líderes do PFL e do PSDB trocam acusaçoes. "O Aécio Neves nao tem autoridade para propor um mínimo maior que R$ 144, porque desde o início disse que acima disso era um desserviço à naçao", ataca Inocêncio.

"Isso mostra a imaturidade como estao tratando a questao. É ingenuidade do PFL pensar que, porque saiu na frente, nao pode ter outros partidos pedindo aumento real para o mínimo", rebate Aécio. O tucano destaca que a proposta do PSDB só será encampada pelo governo se forem apontadas as fontes de financiamento para o reajuste do mínimo acima da inflaçao.




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