No 23º dia da ofensiva lançada por Israel contra o Hezbollah, o exército israelense parece incapaz de acabar com os disparos de foguetes a partir do sul do Líbano, que mataram oito israelenses nesta quinta-feira.
Tiros de uma intensidade sem precedentes deixaram oito mortos e cerca de 30 feridos, 12 deles em estado grave, segundo fontes médicas, militares e policiais.
"É impossível destruir um arsenal de mais de 12 mil foguetes em três semanas. O Hezbollah opera em função de uma agenda e de um ritmo que escolhe e que ele nos impõe. É por isso que essa guerra é tão complicada", admitiu Noa Meir, uma porta-voz militar.
"Podemos derrotá-los, mas levará tempo", afirmou o porta-voz.
Um alto representante militar, que não quis ser identificado, admitiu que o exército conseguiu destruir até agora somente 10% do arsenal do Hezbollah.
"Com esses disparos de foguetes, o Hezbollah quer provar que ainda está presente no sul do Líbano, onde uma força internacional deve ser posicionada", disse o ministro israelense da Cultura, Ofir Pines.
"O Hezbollah também busca desmoralizar a população israelense", acrescentou.
Apesar das centenas de operações aéreas realizadas pelo exército israelense e dos cerca de 10 mil soldados posicionados no sul do Líbano, o poder de fogo do movimento radical xiita libanês não parece diminuir. Desde quarta-feira, cerca de 360 foguetes se abateram sobre o norte do país, após uma calma de 48 horas.
"Neutralizar cada dispositivo de disparo de foguetes demora muito", argumentou nesta quinta-feira o comandante Tzvika Golan, porta-voz do comando militar norte.
Segundo ele, esses dispositivos estão "nas aldeias, e é de lá que eles têm que ser retirados" evitando ao máximo a morte de civis.
"É por isso que precisamos de uma ou duas semanas a mais", acrescentou.
Para o subcomandante das forças armadas para o norte, general Shuki Shahar, são centenas de equipes "de três ou quatro terroristas" móveis e disseminados no terreno que atuam contra Israel.
"Eles guardam os foguetes nos porões, instalam o lançador, atiram e saem", declarou.
"O Hezbollah começou a se preparar para este combate há seis anos. O movimento transportou centenas de foguetes para o sul do Líbano", afirmou.
Desde o início do conflito, em 12 de julho, "2.226 foguetes caíram sobre Israel, sendo que mais de 100 atingiram edifícios", frisou nesta quinta-feira o comandante da defesa, general Yitzhak Gershon.