O cheiro agradável de chocolate que há dois meses toma conta da rua Hermes da Fonseca, no Parque São Vicente, em Mauá, não esconde o problema que a instalação de um depósito de cacau levou para os moradores da região. Minúsculos mosquitos que se alimentam do fruto, conhecidos como caruncho do cacau, saem do prédio, invadem as casas vizinhas e picam a população.
Os insetos parecem minibesouros, com as asas cobertas por uma casca dura. Como são extremamente pequenos, os insetos conseguem entrar em qualquer lugar, fazendo com que cuidados comuns contra mosquitos, como manter janelas fechadas e instalar telas protetoras, sejam inúteis. Os moradores afirmam que são obrigados a limpar as janelas das casas até duas vezes por dia por causa da grande quantidade de mosquito que fica no parapeito.
“Eles entram pela janela fechada, por baixo da porta, por qualquer frestinha. Invadem os armários e até o forno de microondas e a geladeira”, conta a dona-de-casa Maria Celina Romansini Moraes, 50 anos, que mora na rua Hermes da Fonseca há 26 anos. Ela diz que os mosquitos apareceram assim que começaram a colocar o cacau no depósito, e que o problema se agravou muito no último mês.
A dona-de-casa Adriana Fianco Ribeiro, 65 anos, que mora na casa ao lado do depósito, diz que o problema mais incômodo são as picadas desses insetos. “Gasto um tubo de inseticida a cada dois dias lutando contra esses mosquitos, mas nada disso adianta. Ficamos cheios de picadas pelo corpo”, lamenta. Ela conta que funcionários da Prefeitura estiveram vistoriando a rua no último dia 6, a pedido dos moradores, mas que ainda não sentiram qualquer mudança.
A Prefeitura de Mauá informou que o depósito foi vistoriado por técnicos da Vigilância Sanitária. O órgão notificou o proprietário do imóvel e deu prazo até o dia 9 de fevereiro para que ele retirasse o cacau. Caso não cumpra a determinação, receberá multas no valor de R$ 200 por dia. O Diário não conseguiu contato com o dono do imóvel.
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