Economia Titulo Consequência
Guerra pode gerar alta de preços no Grande ABC

Economistas citam elevação nos custos de petróleo e trigo, além de dificuldades na exportação

Por Beatriz Mirelle
Especial para o Diário
Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
25/02/2022 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


O conflito entre Rússia e Ucrânia trará reflexos para a economia do Grande ABC. O mais imediato deverá ser o aumento dos combustíveis. Ontem, no primeiro dia de batalha, o barril de petróleo chegou a atingir a marca de US$ 100. No Brasil, a Petrobras adota a política de paridade com o mercado internacional para determinar o preço. E não é só isso, a Ucrânia possui uma das terras mais férteis do planeta, sendo responsável por 13% do milho e 7% do trigo do mundo.

“Caso o surgimento de um conflito bélico na Ucrânia venha a afetar de forma significativa as safras agrícolas do país, podem ocorrer efeitos diversos ao redor do mundo, nomeadamente nos preços de trigo, milho e fertilizantes agrícolas. No Brasil, a alta do preço do trigo, que já vem sendo impulsionado pelas notícias do conflito ucraniano, poderá afetar negativamente empresas listadas na bolsa”, aponta Pedro Serra, economista da Ativa Investimentos.

O coordenador do curso de ciências econômicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Volney Gouveia, afirma que a região pode ser impactada não apenas pela alta de preços de produtos, mas também pela queda nas exportações. “Trazendo para o Grande ABC, as cidades daqui também podem sofrer prejuízos nesse contexto. Como somos importantes exportadores de insumos e automóveis, essa situação pode respingar nas relações comerciais da região com os principais mercados que mantemos contato hoje, que são os dos países europeus, Argentina e Estados Unidos”, destaca. 

O advogado Antônio Carlos Morad, especialista em direito tributário e empresarial, aponta a alta do dólar como um dos principais problemas. “A economia brasileira já está depauperada por conta da política econômica do atual governo. A questão é que o dólar estava em queda e agora voltou a subir”, descreve.

Na questão das relações internacionais, o advogado aconselha as autoridades brasileiras a se manterem caladas e, se falarem, que defendam a paz. “Se o presidente (Jair Bolsonaro) ficar quieto, estará ótimo", afirma.

A consultoria internacional Rystad Energy destaca que o conflito coloca em risco 1 milhão de barris de petróleo por dia, que é o total exportado pela Rússia. E aponta a possibillidade de a commodity chegar a US$ 130 o barril, se o comflito perdurar até junho.

As consequências do conflito preocupam todo o planeta, tanto que ontem o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que seu governo tem adotado medidas para conter os preços no setor de energia. Ele disse que as empresas do setor “não devem se aproveitar da situação” para elevar valores.




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