Em meio à pandemia sem fim, à crise econômica e financeira, à aproximação da corrida eleitoral ah, e também à Copa do Mundo, sem nos esquecer do Carnaval adiado....apenas as festividades... como estão os pequenos negócios?
Nota-se uma necessidade latente de aumentar as vendas, o faturamento. Como fazer isso diante de milhões de desempregados e com inflação alta que está corroendo o poder de compra, especialmente dos mais pobres, que é a grande, mas a grande maioria da população consumidora do Brasil?
A falta de planejamento financeiro é um dos principais problemas que levam milhares de negócios à falência, mesmo quando as condições macroeconômicas são mais favoráveis.
Quando uma empresa não consegue enxergar com clareza sua situação financeira atual, há inibição em elaborar um plano de ação capaz de aumentar as vendas, otimizar recursos e reduzir o pagamento de despesas financeiras como taxas, tarifas, multas por atraso de pagamento. A organização financeira de uma empresa, definitivamente, precisa ser vista como o coração do negócio que, lógico, ao lado das vendas vão conseguir dar sustentabilidade econômica e financeira ao negócio.
Não é difícil encontrar empresários que dizem: “E parece que quanto mais se vende, pior fica o caixa! Por quê?”
Porque os preços de venda dos produtos e serviços não estão calculados adequadamente. Os custos de produção não estão corretos. Também não podemos nos esquecer que é preciso ter cuidado em aceitar e estabelecer prazos de pagamento e de recebimento. Isso precisa ser feito friamente, com olhar cuidadoso, e não pela emoção. Muitas empresas são contagiadas simplesmente pelo fato de estar vendendo e se esquecem de que é preciso observar, antes, os limites de redução de preços e os parcelamentos e prazos de recebimento pelas vendas.
Outro ponto importante diz respeito às compras de insumos e mercadorias. Estas precisam ser bem feitas. Uma empresa que primeiro tem que pagar as contas para depois receber as vendas, em pouco tempo terá o caixa arruinado.
A situação financeira hoje é distinta de anos atrás e, especialmente, está pior. Assim, é necessária uma readequação das condições de produção e de vendas, dos prazos de pagamento e de recebimentos, dos benefícios, dos gastos supérfluos. Agora é hora de enxugar custos, cortar despesas extras e focar em vender mais, com lucratividade e receber dos clientes.
O desconhecimento da realidade financeira da empresa pode trazer problemas muito sérios. De repente, o dinheiro do caixa acaba, das contas correntes também, pagamentos dos fornecedores vão ficando atrasados e se inicia a peregrinação de renegociações com imposição de juros e multas pelos atrasos, encarecendo ainda mais o custo de produção. Sem contar que não demora muito para os salários dos colaboradores serem comprometidos. E agora, o que fazer se a empresa chegar nesse ponto?
Essencial ter planejamento financeiro
Isso tudo pode ser amenizado e, principalmente, evitado quando se tem um bom negócio nas mãos, um negócio promissor. Mas é preciso lembrar que é essencial ter, além de bom planejamento financeiro, um setor, departamento financeiro que seja eficiente. Um fluxo de caixa organizado e eficiente traz bom controle financeiro às empresas. Saber quanto se tem a pagar e a receber e em quais prazos auxilia muito nessa organização.
Um planejamento de curto prazo se faz ainda mais necessário para conseguir detalhar o orçamento (dinheiro disponível) para custos e despesas, para fazer investimentos e, enfim, utilizar os recursos da empresa da melhor forma possível, de forma a trazer lucro.
Atualmente são muitos os canais de vendas – físico, internet, redes sociais, e os meios de pagamento, como: maquininhas, boletos, links de pagamento, pix etc. Controlar tudo isso não é tarefa fácil. Contudo, há sistemas de gestão que podem auxiliar o pequeno produtor/vendedor a organizar melhor seu negócio. Uma boa planilha também pode dar conta de mostrar o resultado financeiro da empresa e subsidiar a tomada de decisões.
O trabalho de um gestor financeiro empresarial também pode contribuir, e muito, para melhor organização financeira e estratégica dos negócios.
Do ponto de vista do poder público e da sociedade civil, estas poderiam fomentar grupos de empresas que pudessem ser assistidas por gestores financeiros empresariais para auxiliar os pequenos negócios, que são responsáveis por muitos empregos formais, renda e consumo em nosso País, sem contar a arrecadação tributária.
Material produzido por Silvia Cristina da Silva Okabayashi, coordenadora do curso de Ciências Econômicas da Universidade Metodista de São Paulo.
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