Na igreja, o movimento começou às 6h. Fogos de artifício anunciaram que as festividades começavam. Formaram-se filas para benção dos freis e compra do pão benzido e do bolo considerado milagroso por solteiros interessados em mudar de situação. Diz a lenda que a pessoa que encontra a imagem do santo no pedaço de bolo, tem casamento certo.
Para o bispo Don Nelson Westropp, esse caráter casamenteiro do santo não expressa exatamente seus valores. “Trata-se de um santo prendado de virtudes que tinha grande influência entre a população mais simples tanto que hoje é venerado em dioceses do mundo inteiro”.
O bispo considera Santo Antônio o mais popular dos santos. “Só perde para a Nossa Senhora. Santo Antônio é um pregador do evangelho”. Para Dom Nelson a festa litúrgica em homenagem ao padroeiro tornou-se tradição por conta de sua humildade e simplicidade.
Apesar da descrença do bispo, na fila por um pedaço do bolo, a esperança de subir logo ao altar era enorme. “Um casal trouxe as alianças para a benção do bolo; outros dois compraram um pedaço, dividiram ao meio, e cada um comeu uma parte: eles queriam se casar”, conta a coordenadora do bolo, Marly Valle.
No bolo deste domingo, havia uma imagem para cada 100 pedaços. O dinheiro arrecadado é revertido para ações sociais, manutenção da igreja e despesas com os funcionários e para formação dos padres.
A estudante Renata Coslovic Simão, 16 anos, decidiu fazer um investimento a longo prazo: comer o bolo agora e desfrutar de seus poderes mais tarde. “Minha prima fez isso e quando decidiu casar, conseguiu. Acredito que dá certo.”
As irmãs Mônica e Monalisa Lugaresi, 32 e 28 anos, ainda não foram agraciadas com o matrimônio. Mesmo assim, não perdem a fé. “Todo ano estamos aqui”. Para elas, porém, o bolo de Santo Antônio significa mais do que a possibilidade de conseguir um parceiro. “Dá sorte e nos protege de tudo. Se vier um casamento, melhor ainda”, disse Monalisa.
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