A trajetória política de Gilson Menezes (PSC) – por duas vezes chefe do Executivo de Diadema pelo PT – garantiu a condição de vice-prefeito na chapa petista, liderada pelo deputado estadual Mário Reali. O motivo da escolha do social-cristão foi comunicado ontem durante entrevista coletiva na sede do partido.

 “Gilson participou, ao nosso lado, da transformação de Diadema nos últimos 25 anos. É uma liderança que tem identidade com a nossa proposta”, esclareceu Reali. O Diário antecipou a escolha de Gilson Menezes em reportagem publicada em 21 de março.

 Emocionado, Gilson relembrou o movimento promovido no início da década de 1980 que o levou a ser o primeiro prefeito petista do Brasil – na época estava desempregado e venceu a eleição. Ressaltou que o objetivo de hoje é o mesmo que impulsionou sua candidatura em 1982: melhorar a vida das pessoas. “A exemplo de outras campanhas, sairemos coesos para enfrentar qualquer adversário”, destacou.

 A articulação para definir o social-cristão como pré-candidato a vice-prefeito foi uma das mais demoradas e dramáticas da história política da cidade. Gilson Menezes aguardou a convocação para o cargo, fez pressão para ser chamado dando prazo aos petistas e chegou a lançar pré-candidatura majoritária pelo PSC. Mas voltou atrás da decisão e aceitou o convite para a vaga “pelo apoio de lideranças políticas e sindicais”.

 Além do desgaste pela longa negociação, a opção pelo nome de Gilson possivelmente acarretará numa desarmonia com o bloco de sustentação do governo, formado por PV, PRB, PCdoB e PTB. O grupo discorda na nomeação do ex-petista. A escolha também complica a tão esperada parceria com o PSB.

 Apesar do panorama aparentemente desfavorável, Mário Reali observa que as negociações para concretizar as coligações serão intensificadas. O principal argumento para atrair o apoio das legendas será o “compromisso com o povo de Diadema”. “Formaremos um plano de governo para dar continuidade ao que atualmente está sendo feito, com previsão de aprofundar as políticas públicas.”

 Outro ponto importante que será trabalhado pelo PT nas próximas semanas é a aliança proporcional para o lançamento da chapa de vereadores. Indagado se o PCdoB estaria nos planos do partido, Reali foi cauteloso. “Nesse aspecto temos de fazer matemática. A prioridade está em garantir a maioria na Câmara. Temos de pensar com calma o que fazer nesse campo.”