- Não dá mais para aceitar hoje um filme que faz você sentar e rir disso, rir dos outros, rir da condição do outro, sabe? No caso, né, da deficiência do nanismo, declarou ela.
O filme retrata a relação de uma pessoa que possui a deficiência do nanismo com uma outra que não tem a condição, personagem interpretada por Juliana Paes.
- Primeiro porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo, o ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuíram [o Hassum] em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara, não dá para aceitar hoje em dia.
A atriz até comparou como as piadas de racistas, homofóbicas e gordofóbicas não são aceitas e não teriam sido levadas como algo normal.
- Porque o filme é de humor. Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada e totalmente capacitista e preconceituosa. O nanismo é considerado uma deficiência. Aí você rir disso hoje em dia não dá mais para aceitar.
Juliana ressaltou que essa situação não poderia passar batida e considerou a situação uma falta de respeito com todas as pessoas portadoras de nanismo.
- Mas não dá para passar batido a falta de respeito com o próximo. Ainda mais no momento no mundo de hoje, sabe? E todas as outras pautas a gente vê que são levadas a sério. E aí quando você põe a pauta de nanismo, a maioria das vez não é levada a sério.
Diante das fortes críticas feitas por Caldas, Leandro Hassum, protagonista do longa, resolveu se pronunciar. Segundo o Adoro Cinema, ele emitiu o seguinte comunicado:
Sinto muito de verdade, pois jamais quero, através dos meus filmes e arte, causar dor. Ao contrário, meu propósito sempre será divertir, entreter, pois acredito no humor agregador para a família toda. O filme conta uma história de amor, de pertencimento e de inclusão, valorizando as capacidades de seus personagens e repudiando qualquer preconceito, de qualquer espécie. Vivemos num mundo ainda distante do ideal, mas que vem caminhando no sentido de não dar espaço a nenhum tipo de preconceito, segregação ou exclusão. Esta foi a intenção, por meio da leveza do humor, abordar a importância de vivermos num mundo com mais amor e respeito, onde ser aceito e amado independe de características físicas. Fico aqui com o coração doído por, de algum modo, não ter transmitido isso a Juliana Caldas e estou mais que aberto a acolhê-la com meu total carinho e respeito.
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