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Os nódulos de tireoide pedem atenção!
Antonio Carlos do Nascimento
Diário do Grande ABC
22/11/2021 | 18:14
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Instituições privadas e públicas, diante dos altos custos gerados por alguns cânceres, empenham periodicamente muito dinheiro em campanhas de investigação populacional, na procura do diagnóstico precoce de algumas dessas doenças, notadamente para Câncer de mama e próstata.


Porém, a identificação de nódulos em qualquer setor do corpo humano é bastante comum, seja pela visualização e/ou palpação casual, ou encontrado em exames de imagens solicitados por suspeitas ou análises rotineiras.


Partindo do pressuposto que metade da população acima dos 60 anos possui alguma nodulação na tireoide e que existe crescente barateamento e disponibilização do exame ultrassonográfico para este órgão, compreende-se facilmente a contínua avalanche de diagnósticos de nódulos tireoidianos, o que obriga a muitas considerações.


O fato de o percentual de malignidade dos nódulos tiroidianos ser da ordem de 10% e sua versão mais frequente ser facilmente curável, parece ter gerado um equivocado desdém por parte de alguns médicos. De outro lado, alguns profissionais oferecem tanta preocupação com esta ocorrência que seus pacientes podem viver períodos de imenso pânico.


Sob a tutela de especialistas existirão menos incertezas e eventualmente a tranquilidade pode ser entregue ao paciente a partir do ultrassom. Após décadas de minuciosas observações ultrassonográficas e correlação com padrões citológicos, anatomopatológicos e clínico-cirúrgicos, foram encontrados critérios que podem sugerir fortemente benignidade ou malignidade, além de fornecer parâmetros sugestivos para pesquisa citológica ou tranquilizadores para o seguimento periódico.


A punção aspirativa por agulha fina (Paaf), guiada por ultrassonografia, é o exame padrão utilizado na busca da conclusão diagnóstica nas situações que o protocolo ultrassonográfico sugere o procedimento e garante a benignidade em até 80% dos casos, ainda que o seguimento a médio e longo prazo desminta de 2% a 3 % destes resultados. Por outro lado, 5% das Paafs asseguram a malignidade, porém, em até 20% o resultado é indeterminado.


É nesse percentual aproximado de 20% de incerteza diagnóstica com a Paaf, que corresponde a menos de 1 % do total dos diagnósticos ultrassonográficos de nódulos tireoidianos, que os endocrinologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço de todo o mundo estão debruçados, na expectativa de evitar cirurgias desnecessárias.


Na dúvida, procure (ou encaminhe para) o especialista! 




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