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Crédito educativo privilegia negros
Por Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
15/08/2004 | 21:14
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O Fies (Financiamento Estudantil) do MEC (Ministério da Educação) abre a partir desta segunda o período de inscrições com mudanças em suas regras. A principal delas é que o candidato de raça negra será beneficiado com 20% de vantagem sobre o candidato que se declarar branco. Os estudantes universitários matriculados regularmente a partir do segundo semestre em instituições que aderiram ao benefício – no Grande ABC são cerca de 20 – devem se cadastrar pela internet.

A partir de agora, o candidato de raça negra será beneficiado com a inclusão do item raça negra no questionário de seleção, que confere 20% de vantagem nesse item sobre o candidato de cor branca em sua pontuação.

O mesmo benefício já atinge estudantes provenientes de escolas públicas e professores do ensino básico. "É importante explicar que não é uma cota para negros. O aluno de cor branca recebe um ponto e o negro 0,8. Quanto menor o índice de classificação, o estudante tem mais vantagem para ingressar no programa", explicou o coordenador do Fies, Leonel Cunha. Segundo ele, não foram inclusos índios ou afro-descendentes, porque o programa federal Universidade para Todos já contempla esses candidatos.

Mais novidades foram incorporadas no processo de seleção, de acordo com Cunha, tornando o processo seletivo mais rígido. O candidato deve ter CPF próprio e não pode colocar mais o número do documento do responsável legal.

Parentesco – Ao preencher os dados do grupo familiar, o estudante também tem esclarecido no questionário quais são os graus de parentesco que devem constar em sua inscrição (pai, mãe, padrasto, cônjuge, companheiro, companheira, filho, filha, enteado, enteada, irmão, irmã, avô e avó). "Anteriormente, tínhamos problemas de pessoas que inscreviam até namorados. Também passamos a exigir que os parentes entre 18 e 65 anos tenham o CPF identificado", explicou o coordenador.

Para apertar mais o cerco na seleção, os familiares do candidato que são isentos do imposto de renda devem comprovar o benefício por meio de uma cópia da declaração.

Ao todo, o candidato vai responder a uma bateria de oito itens classificatórios: renda mensal familiar bruta; moradia do grupo familiar; existência de doença grave; se é egresso de escola pública, professor de ensino básico; se tem mais de um membro que estuda em instituição de ensino superior particular; e se já tem outro curso superior. É nessa bateria que entra o item raça negra.

Para Oswaldo de Souza Júnior, gerente de contas a receber e filantropia da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), as mudanças tornam o financiamento mais rigoroso. "Voltamos a aderir ao Fies neste ano, com o cadastramento de 33 cursos, porque temos o empenho de R$ 200 mil a serem abatidos da dívida com o INSS (regra para adesão das instituições)", disse.




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