Política Titulo Objeções aos valores
G-10 promete emperrar andamento da LOA

Em São Bernardo, vereadores dissidentes visam atuar para que a peça orçamentária não avance na Câmara

Daniel Tossato
21/11/2021 | 00:01
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DGABC/André Henriques


Às vésperas do Executivo de São Bernardo apresentar a LOA (Lei Orçamentária Anual) para apreciação do Legislativo, grupo de vereadores que formam o G-10, com atuação independente na casa, pode travar o andamento dos trabalhos na Câmara.

Conforme vereadores que formam o grupo dissidente ouvidos pelo Diário, o bloco se prepara para apresentar objeções aos valores apresentados na LOA a fim de tensionar ainda mais a relação com o Executivo, sob comando do prefeito Orlando Morando (PSDB).

Segundo o regimento interno da Câmara de São Bernardo, as sessões ordinárias do mês de novembro até o encerramento da sessão legislativa destinam-se somente à apreciação de projetos do orçamento anual e do plano plurianual do município. A LOA também consta nesse pacote. Dessa forma, caso a lei orçamentária não seja debatida pelos parlamentares, projetos importantes encaminhados pelo Executivo podem ficar na fila e travar possíveis planos da administração.

Ao menos um vereador governista, muito próximo à cúpula de Orlando Morando, também confirmou que o G-10 pretende barrar o trâmite da LOA na Câmara. O parlamentar ainda foi além e disse que há possibilidade de que o bloco dissidente também mire outras propostas que seguem no rol de ações estratégicas da gestão Morando. “Hoje percebo o G-10 bem mais forte e mais coeso”, declarou o vereador que frequenta reuniões com o alto comando do município.

Indícios de que a força e a coesão do G-10 têm limitado a atuação do Executivo de São Bernardo podem ser notados na falta de emissão de projetos da administração ao Legislativo. Ao menos nas últimas três plenárias, a gestão Morando não enviou nenhuma propositura à casa. Nos bastidores se comenta que há temor de que as pautas naufraguem durante a votação.

Na semana passada, durante demissão do ex-secretário de Cultura e Juventude Adalberto Guazzelli, muito se comentou sobre qual impacto da pressão exercida pelo G-10 pesou para que Orlando Morando demitisse o então titular da pasta. Ainda que a gestão sustente que a atuação do bloco não teve qualquer interferência na decisão, a exoneração de Guazzelli pode ser colocada na conta do grupo de parlamentares.

No início deste ano, o ex-secretário se envolveu em celeuma com o Legislativo. Em maio, chegou a ter a demissão exigida pelos parlamentares após vazamento de áudio em que ele atacava os vereadores. Na gravação, Guazzelli chegou a chamar os integrantes do Legislativo de “vagabundos”. Prevendo que a fervura poderia subir, Morando amenizou a crise e, na oportunidade, evitou a demissão.

Em setembro, os vereadores Glauco Braido (PSD), de São Bernardo, um dos integrantes do G-10, Rubinho Nunes (Patriota), da Capital, e o deputado federal Kim Kataguiri (DEM), todos integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), ingressaram com ação contra a administração e a Câmara contra a confecção e a aprovação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que foi chancelada em junho. À época, a alegação era de que a peça permitia a Morando índice quase ilimitado para remanejamento orçamentário. 




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