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Comerciantes esperam por tempo melhor na prainha do Riacho Grande
Trabalhadores do local sonham com a retomada do movimento antes da pandemia e pedem mais investimentos da Prefeitura de São Bernardo
Arthur Gandini
Especial para o Diário
13/11/2021 | 19:38
Comerciantes da Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, esperam pela retomada de uma rotina que seja similar a que era vivida antes da pandemia. Desejam ver a região movimentada e contar com muitos clientes. O acesso do público foi liberado no último dia 30 pela Prefeitura, mas ainda falta um elemento importante: um tempo mais favorável.
"Riacho Grande é sol. Se não tiver sol, esquece", afirma Lucindo da Silva, 52 anos, vigia de um dos restaurantes flutuantes e responsável também por guiar passeios de lancha.
O Diário conversou com comerciantes da região, que afirmaram que o clima pouco convidativo tem resultado em um movimento tímido na prainha desde o retorno do público. Após passar o período da crise sanitária com a sua subsistência garantida apenas pelo serviço de delivery, os trabalhadores também pedem mais estímulo da administração são-bernardense ao comércio no local.
Luis Gonçalves, 65, proprietário de restaurante, elogia a gestão da cidade pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), mas reclama que ele não tem dado atenção ao Riacho Grande. "Ele fez muitas coisas pela cidade, mas a prainha está abandonada, ele esqueceu dela. Poderia ser um cartão turístico (para o município)", critica.
Aurelio de Oliveira, 47, proprietário de um dos restaurantes flutuantes, opina que apenas os dias de domingo tem registrado um movimento melhor. Ele diz que a população tem retornado ao local principalmente nos dias ensolarados. Analisa que os frequentadores da região já se acostumaram com as medidas sanitárias, como o uso de máscaras. "A população está mais precavida com higiene. Tínhamos bastante dificuldade com isso", relata.
Há comerciantes que mantiveram o serviço de entregas mesmo com o retorno do público. É o caso de Maria Tania, 55. "O que me salvou foi o delivery. A gente tem dó de dispensar (a opção de entregas), é um dinheiro a mais", afirma. A expectativa dela é grande para quando o sol começar a aparecer com mais intensidade. "Falta só o tempo melhorar. Quando melhorar, não vamos conseguir nem atender tanta gente", sonha.
Segundo a Climatempo, a previsão para a região até o fim do mês é de dias parcialmente nublados e com ocorrência de chuva. Há expectativa de sol entre os dias 24 e 26. O tempo volta a ficar nublado em seguida.
Sair da rotina
O Diário pediu a cinco comerciantes uma avaliação do movimento hoje, com uma nota de 0 a 10. A média entre todas as avaliações foi 4. A reportagem registrou movimento fraco. No final da tarde, algumas poucas pessoas ainda passeavam pela prainha.
O técnico em logística Leandro Oliveira, 40, veio ao local caminhar com a esposa e filhas. "É muito bom começar a voltar, terem liberado (o público). (Não gosto de ficar indo) nesses shoppings (da cidade), lugar fechado, só gasto", afirma.
Já a auxiliar administrativa Jéssica Silva, 26, veio à prainha com a irmã caminhar e almoçar em um dos restaurantes flutuantes. "É gostoso sair da rotina", conta. Ela gosta da paisagem da região, mas diz que o local "está bem sujinho".
A reportagem questionou a Prefeitura de São Bernardo sobre as críticas de comerciantes. Em nota, a administração ressaltou que "com a redução da taxa de pacientes internados de Covid-19 e no avanço da vacinação da população na cidade, autorizou no último de 30 de outubro a reabertura de todos os acessos à Prainha do Riacho Grande. A medida é mais uma iniciativa da Administração municipal para retomada das atividades econômicas da cidade, cujo objetivo é reaquecer a economia local."
A nota também informou que "desde então, a Secretaria de Serviços Urbanos iniciou programação de intervenções na Prainha do Riacho Grande para melhorias na região. Atrelado a isso, novas placas de comunicação visual também foram instaladas no local visando atender o público que frequenta o espaço".
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