Juros mais altos e material de construção mais caro deverão elevar o custo das obras, mas não afetarão vendas
A pandemia afetou a maioria dos setores econômicos. A construção civil, entretanto, não tem motivos para lamentar. Pelo contrário, obteve bons resultados em 2020, inclusive foi o único que teve saldo positivo na geração de empregos no último ano. Para debater como será o pós-pandemia, empresários do segmento e autoridades se reuniram ontem no evento Construindo o Grande ABC, que é realizado desde 2013 e voltou a ser realizado presencialmente. Ano passado, por conta da Covid-19, ocorreu de forma on-line.
“Nós fomos na contramão dos demais setores. Registramos quedas bruscas no início (da pandemia), mas nos recuperamos. Nós vínhamos em um período muito ruim. e quando ia começar a melhorar, em 2020, veio a Covid-19. Mas (o segmento) reagiu tão forte, que tivemos recordes de lançamentos e vendas”, explica Milton Bigucci Júnior, presidente da ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC).
Segundo o empresário, fatores como a demanda reprimida e os juros baixos, na casa de 2%, contribuíram para os bons resultados. “Por incrível que pareça, o ‘fique em casa’ fez com que aumentasse a procura por imóveis. Veio a contribuir para a forte demanda por imóveis”, relaciona Bigucci.
Para o pós-pandemia, o setor prevê que o mercado continuará aquecido, mas não com tanta intensidade. “A nossa percepção é de crescimento para o fim de 2021 e início de 2022, mas não tão forte como foi em 2020. Será mais acentuado por causa da elevação dos juros. Entretanto, acreditamos que as taxas do crédito bancário não subirão tanto e isso vai gerar um impacto mais leve no mercado”, diz Bigucci. Ele destaca ainda a elevação dos custos dos materiais de construção, que acabam tendo de ser repassados para os preços dos imóveis.
Segundo o empresário, a casa própria continua sendo o sonho do brasileiro. Mas não apenas como um local para moradia tranquila, mas também como fonte de renda. “O investidor, inclusive o pequeno, descobriu que o tijolo é uma moeda forte. Que o valor mensal de um aluguel pode ser bem maior que os juros bancários. Além disso, ele ainda ganha com a valorização”, pontua.
Além de empresários do setor, o evento ainda contou com a participação dos prefeitos de Santo André, Paulo Serra (PSDB), e de Mauá, Marcelo Oliveira (PT). Além do vice-prefeito de Santo André, Luiz Zacarias, e o secretário de Desenvolvimento e Geração de Emprego de Santo André, Evandro Banzato.
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