O desmonte do hospital de campanha do Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia, em Santo André, está previsto para a manhã de hoje. O local não mantém pacientes desde setembro e será encerrado 80 semanas depois da sua abertura, em 15 de abril de 2020. Ainda era mantido pela Prefeitura como precaução em caso de nova onda da Covid. Esse era a última estrutura provisória da região, já que São Caetano, Ribeirão Pires e Mauá já haviam desmobilizado seus hospitais de campanha.

Balanço divulgado na noite de ontem pela administração andreense informou que o município possuía 71 pessoas internadas em hospitais públicos e privados com suspeita ou confirmação de Covid. Há um acumulado de 23.638 altas médicas desde o início da crise sanitária, além de 70.493 casos confirmados de infecção pelo coronavírus e de 2.582 óbitos em decorrência da doença. A cidade registrou ontem quatro mortes e 63 casos. Já em relação à vacinação contra a Covid, 1.157.180 vacinas foram aplicadas, das quais 600.061 são referentes à primeira dose e, 506.324, ao complemento vacinal ou a dose única. No total, 50.795 pessoas já receberam a terceira dose na cidade.

O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), em entrevista ao vivo ontem na página no Facebook do Diário, afirmou que parte dos leitos do hospital de campanha foi realocada para o CHM (Centro Hospitalar Municipal). “Fica um legado positivo. O Dell’Antonia é um marco da cidade. É um símbolo da retomada o Dell’Antonia voltar a ser um equipamento esportivo. Um resgate da sua característica original”, declarou.

O complexo esportivo é conhecido pela realização de partidas de basquete e vôlei. A estrutura montada para garantir assistência aos pacientes com Covid chegou a ter 98% dos 190 leitos ocupados em março desse ano. A primeira paciente, uma mulher, de 63 anos, foi admitida em 17 de abril do ano passado. Houve, no total, atendimento a 15.550 pacientes e 15.294 altas médicas, o que representa taxa de letalidade de 0,01%.

O hospital foi conduzido por cerca de 400 profissionais de diversas especialidades, a exemplo de médicos clínicos, intensivistas, infectologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas, que contaram com o apoio assistencial de médicos especialistas da rede de saúde da cidade, como cardiologistas, neurocirurgiões, proctologistas, anestesistas e vasculares.

Os pacientes internados no Dell’Antonia tiveram o uso da tecnologia para se comunicar com os amigos e familiares. Os profissionais de saúde do hospital de campanha permitiram a realização de chamadas de vídeo diárias com a duração em torno de 20 minutos. 

Paulo Serra disse ainda ter a expectativa de que a pandemia siga em tendência de melhora. “A Covid vai passar a ser uma doença comum, com tratamento e, se Deus quiser, com uma baixíssima taxa de mortalidade”, desejou.