Política Titulo Operação Lix
Caso Marcelo reacende episódios de corrupção

Além de prefeito, vice e ex-secretários são réus em processos que citam supostos desvios de dinheiro

Raphael Rocha
25/10/2021 | 00:41
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Nario Barbosa/ DGABC


O episódio protagonizado pelo vice-prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (PSD), na semana passada, quando ele virou réu no âmbito da Operação Lix, trouxe de volta a instabilidade para o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB), que convive com denúncias de corrupção desde seu primeiro ano.

Marcelo foi denunciado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ABC pelo episódio de rompimento de contrato com o Consórcio SBC Valorização de Resíduos Sólidos Revita e Lara para abrir margem de acordo emergencial com a Emparsanco. Na visão dos promotores, a emergencialidade foi fabricada para favorecer a empresa. O pessedista deixou na semana passada o comando da Secretaria de Serviços Urbanos para se dedicar à defesa – a Justiça havia determinado sua saída do cargo.

Em outubro de 2017, o primeiro escândalo de corrupção que atingiu a gestão tucana foi liderado pelo então secretário de Meio Ambiente, Mario de Abreu (PDT). A Operação Barbatanas, também conduzida pelo Gaeco ABC, apontou que o então titular do setor liderava esquema de vendas de cargos comissionados e licenças ambientais na pasta. Mario foi afastado da função, chegou a ter pedido de prisão decretada e ainda responde em processo que tramita na Justiça de São Bernardo.

O processo principal deste episódio tramita na 4ª Vara Criminal de São Bernardo e está sob cuidados da juíza Lizandra Maria Lapenna Peçanha. No dia 6 de outubro, o processo foi conduzido para a mesa da magistrada e está concluso para sentença (ou seja, Lizandra pode emitir sua decisão em breve). Esse caso de Mario de Abreu resultou em desdobramentos de outras ações, entre elas a Operação Lix.

Em maio de 2018, uma operação da PF (Polícia Federal) atingiu a figura de Morando. A Prato Feito desmontou esquema no fornecimento de merenda escolar e alimentação em unidades de saúde. No caso de São Bernardo, os investigadores identificaram que o então presidente da FUABC (Fundação do ABC) e secretário de Assuntos Governamentais da gestão tucana, Carlos Maciel, havia agido para que empresas de seu genro, Fábio Mathias Favaretto, abocanhassem contratos emergenciais na cidade.

Morando e Maciel foram apontados como mentores do esquema em São Bernardo e denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) ao TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). O caso tramita desde 2020 e está sob relatoria do desembargador Nino Toldo. A movimentação processual mais recente foi na sexta-feira, com a confirmação de intimação de Maciel – um ano e sete meses depois do ajuizamento da ação.




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