O anúncio, feito ontem pela Prefeitura de São Bernardo por meio do boletim oficial Notícias do Município, de que Mansuetto Henrique Lunardi assume oficialmente o lugar do vice-prefeito Marcelo Lima (PSD) no comando da Secretaria de Serviços Urbanos não diminui a necessidade de a administração municipal esclarecer à sociedade com mais consistência sobre esse nebuloso episódio envolvendo o número 2 do Paço Municipal.
No mesmo dia em que este Diário revelou que a Justiça havia recebido denúncia contra Marcelo por irregularidades no fim do contrato com o Consórcio SBC Valorização Revita e Lara e na contratação emergencial da Emparsanco, o então secretário pediu exoneração da Pasta. Embora tenha havido decisão judicial que determinava seu afastamento da secretaria, o vice-prefeito alegou que estava saindo para poder cuidar de sua defesa. Ele teve que sair. Não havia escolha.
Com a abertura do processo, vai ser possível apurar a fundo quais foram as motivações para a interrupção do acordo que estava em vigor, referente à prestação de serviço de coleta e destinação final de lixo em São Bernardo.
Para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a decisão de trocar quem realizava o serviço gerou um grande prejuízo aos cofres públicos municipais, algo da ordem de R$ 1,18 milhão, valor justamente bloqueado das contas dos envolvidos no episódio, incluindo o vice-prefeito.
O que chama a atenção é que, até aqui, nenhuma autoridade de São Bernardo veio a público trazer algum tipo de esclarecimento ao contribuinte sobre como se deu essa operação. Mexer com o dinheiro requer estabelecer o compromisso de prestar contas a quem assegura a receita da administração municipal.
Essa história não pode ficar apenas na troca de um secretário. Se ficar comprovado o prejuízo ao erário, esse recurso precisa ser ressarcido, com juros e correção. E os responsáveis, punidos. A era da impunidade já acabou faz tempo.
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