Há exatos 30 anos a jornalista Flavia Benvenga, do Diário, entrevistava o cantor italiano Peppino di Capri, que se apresentaria no Restaurante São Judas Tadeu, casa então no auge, hoje fechada.
A entrevista foi em 16 de outubro de 1991 e a apresentação dois dias depois. Peppino di Capri foi fotografado por Fabiano Ramos. Os negativos, em preto e branco, são preservados pelo Banco de Dados do Diário.
A entrevista de Peppino di Capri foi capa da Editoria de Cultura e Lazer no dia da sua apresentação na Rota do Frango com Polenta. Peppino falou gostosamente...
Mais de 30 milhões
de discos vendidos
Flávia – O seu sucesso chegou muito cedo. Como isso aconteceu?
Peppino – Meu verdadeiro boom aconteceu quando eu tinha 18 anos e não esperava por isso. Fui cantar em Ishia, uma ilha perto de Capri, e lá conheci pessoas de gravadoras de discos de Milão.
Flávia – Quantos discos o sr. gravou até hoje?
Peppino – Acho que mais de 300.
Flávia – Quantos discos já vendidos?
Peppino – Nunca contei isto, mas acho que mais de 30 milhões.
Flávia – Qual o seu último disco?
Peppino – Chama-se Com’é Dolce Il Mar, lançado este ano na Itália. Mas acho que ainda não saiu aqui.
Flávia – O sr. foi um dos lançadores, em 1961, do twist na Itália, colocando o disco Let’s Twist Again na marca de 1 milhão de cópias vendidas. E o rock, já cantou alguma música deste gênero?
Peppino – Eu também comecei com o rock, nos anos 50, quando surgia aquele verdadeiro rock. Agora estamos num período em que o rock está cansando... É o momento de reconquistar a verdadeira identidade de cada nação. E me refiro sobretudo ao Brasil, porque vocês têm uma música amada em todo o mundo.
Pavarotti e a música lírica e a napolitana; Ivan Lins e Toquinho; o Festival de San Remo; as mudanças do Partido Comunista italiano; a Itália multirracial; a emigração dos italianos para os Estados Unidos, Brasil e Argentina; a sexta volta ao Brasil... É uma linda entrevista. Está nos anais do Diário do Grande ABC.
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