Política Titulo Eleições internas
Dupla feminina busca quebrar tabu na OAB-SP

Dora Cavalcanti concorre ao comando da Ordem com Lazara Carvalho como vice

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/10/2021 | 00:46
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Divulgação


Chapa com candidatas a presidente e vice na eleição ao comando da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo busca quebrar histórico de nunca a instituição ter sido comandada por mulheres. Dora Cavalcanti, advogada criminalista, concorre à direção da Ordem tendo como número dois Lazara Carvalho, especialista em direito da família.

A dobrada feminina busca convencer os 350 mil advogados paulistas que, passados 90 anos de existência da OAB-SP, é hora de uma mulher dirigir os rumos da instituição no Estado mais rico da Federação.

Segundo elas, a candidatura está madura e no momento correto, no qual conquistas femininas importantes foram vistas, como a deliberação do conselho federal para que metade dos cargos nas próximas diretorias da OAB e de suas seccionais seja ocupada por mulheres, e 30% deles, reservados para as pessoas negras.

“O empenho de mulheres notáveis foi fundamental para desbravar espaços que há bem pouco tempo eram só masculinos. O que elas têm em comum, além de suas qualificações profissionais, é a trajetória de exceção. No STF (Supremo Tribunal Federal) somos duas (Rosa Weber e Cármen Lúcia) entre 11 homens; no STJ (Superior Tribunal de Justiça), seis entre 33. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aponta que as mulheres são 56,6% dos servidores do Judiciário, mas ocupam só 20% dos cargos de desembargadores. Só no Pará as desembargadoras são maioria: 55,1%. Em São Paulo, o percentual é de apenas 9,3%”, escreveu a dupla, em recente artigo. “Não temos dúvida de que há advogadas competentes e aptas a ocuparem todos esses espaços com brilhantismo, mas é preciso estimular essa participação de forma efetiva.”

Recentemente, Dora e Lazara estiveram em São Bernardo para selar parceria com Luiz Ribeiro, atual presidente da subsecção da OAB na cidade e candidato à reeleição. Além do fomento à participação feminina nos cargos de chefia da Ordem, elas lideram movimento para reduzir o volume de abstenção das eleições marcadas para novembro. Em São Bernardo, 42% dos advogados não foram às urnas.

Dora tem mais de 25 anos de atuação na área criminal, teve dois mandatos no conselho da ouvidoria da Defensoria Pública e integrou o conselho penitenciário, ambos no Estado de São Paulo. É fundadora e diretora do Innocence Project Brasil e conselheira nata do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), que presidiu entre 2002 e 2007. 




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