O brasileiro Hugo Calderano conquistou uma das principais etapas do Circuito Mundial de Tênis de Mesa. O WTT Star Contender, no Catar, marcou a primeira vez em que ele subiu ao alto do pódio em uma etapa deste nível, embora tenha vencido o Aberto do Brasil, em 2017. Nas Américas, ele já escreveu o seu nome na história ao ser o latino-americano a chegar no ponto mais alto do ranking mundial. Mas ele mesmo reconhece: muita coisa ainda vai acontecer.
O próprio ranking mundial dele deve ser diferente a partir da semana que vem. A possibilidade de aparecer pela primeira vez no Top 5 nesta terça-feira não o faz colocar-se em posição de relaxamento. "Fico muito feliz com esse título, é o mais expressivo até aqui. Vou continuar trabalhando muito, acho que é só o começo, tem muito por vir ainda".
O que mais encantou os fãs de Hugo Calderano foi a forma como ele encarou todos os adversários. Embora ainda não sejam os temidos chineses, Simon Gauzy, Liam Pitchford e Darko Jorgic - os três últimos jogadores que enfrentou na trajetória até o título - impuseram derrotas recentes ao brasileiro. Ele passou pelos três com autoridade de campeão.
"Acho que eu fiz um torneio muito bom do início ao fim. Consegui impor o meu jogo desde o primeiro confronto, estava me sentindo muito bem. Acho que consegui aproveitar também a preparação que fiz até a Olimpíada, isso me ajudou, pois consegui manter a minha motivação. Estava bem motivado, bem concentrado. Tive jogos muito bons, com adversários muito fortes pela frente", analisou.
Os próximos desafios ainda não estão definidos. Hugo Calderano terá de escolher quais serão as prioridades em outubro e novembro, por exemplo. Dois torneios na Eslovênia, um na Tunísia, ambos pelo WTT, além do Campeonato Pan-Americano (está invicto há anos nas Américas, mas o torneio representa pontos importantes no ranking) e do Mundial por Equipes, nos Estados Unidos.
Nada que seja assustador. Hugo Calderano provou que consegue jogar em alto nível, inclusive atuando uma partida após a outra. No Catar, o jogo da semifinal começou com mais de uma hora de atraso e terminou menos de duas horas antes da partida decisiva.
"Consegui superar o cansaço físico. Os jogos da semifinal e final foram quase seguidos, não tivemos tempo de descanso. Na final, teve alguns momentos em que estava realmente muito difícil continuar a empurrar meus limites, mas com a parte mental, consegui esquecer esse cansaço e me concentrar em colocar toda a minha energia no jogo", explicou o campeão.
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