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Vereadores querem, população não
Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
12/03/2011 | 07:10
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Os vereadores da Câmara de Santo André não se contentaram em ter no seu quadro de funcionários 12 assessores e aprovaram projeto da mesa diretora que cria mais um cargo: assistente técnico-legislativo. Cada um dos 21 parlamentares terá o direito de contratar o assessor com salário de R$ 5.000. Isso significa investimento mensal de R$ 105 mil dos cofres da Câmara. A situação agrada aos vereadores, mas à população não.

A lei, que ainda precisa ser publicada, não tem prazo para ser colocada em prática, mas já gera opiniões divergentes.

Para ocupar o cargo, de acordo com o presidente da Casa, José de Araújo (PMDB), o profissional terá de comprovar formação superior em Direito. "Esse assessor vai ajudar com o trabalho de cada gabinete."

Ele será responsável por auxiliar o parlamentar na área jurídica, até para evitar a saia justa da constante apresentação de projetos inconstitucionais e a consequente enxurrada de vetos feitos pelo prefeito Aidan Ravin (PTB).

O petista Jurandir Gallo afirmou que, apesar da medida ser custosa, terá efeito positivo na Casa. "Faz algum tempo que se observa trabalhos e discussões muito pobres nas sessões", criticou o oposicionista. Por isso, para ele, a ideia de contratar um funcionário que auxilie os vereadores para melhorar qualidade da atuação é positiva.

O vereador tucano Marcelo Chehade avaliou que, com a vinda do assistente, o trabalho do vereador e atendimento à população ganharão em qualidade."Atualmente não temos nenhum cargo específico reservado para atuar com essa questão jurídica", concluiu.

O ex-vereador Luiz Zacarias (PR) afirmou que durante os 18 anos que legislou sempre teve o apoio jurídico de duas advogadas. O republicano explicou que sempre priorizou a contratação dos profissionais para que seu mandato fluísse.

Contudo, ponderou que conseguia fazer isso dentro do quadro de funcionários que tinha na época. "No meu primeiro mandato tinha seis funcionários e já contava com uma advogada." Depois, viu a necessidade de contratar mais uma por conta da sobrecarga de trabalho. "Uma orientava os munícipes e outra ficava com leis."

Nas ruas, os moradores demonstraram insatisfação com a criação do cargo. "Não é necessário mais um assessor. É um custo a mais para a cidade", opinou o comerciante Valter Roque Amadeu, 59 anos, do bairro Príncipe de Gales.

A moradora da Vila Junqueira Maria Rosa Silva, 45, fez coro. "Não acho isso correto. Poderiam gastar esse dinheiro para aumentar o salário de quem varre a rua. Mas as coisas não são do gosto da gente."

O líder comunitário do Jardim Alzira Franco, Jacinto Ezequiel de Medeiros, também expressou decepção. "É desnecessário colocar mais uma pessoa para dentro do gabinete. Poderiam investir esse dinheiro em áreas que a cidade tanto precisa, como Saúde, Educação e Segurança."




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