Uma das cidades mais ricas do Brasil, São Caetano está se notabilizando também por pagar alguns dos mais altos salários a apaniguados do poder. Alguns textos publicados em edições do Diário nos últimos dias deixam evidente a falta de parâmetro para a execução da política salarial para quem ocupa altos cargos públicos no município. O Poder Executivo, administrado interinamente pelo vereador Tite Campanella (Cidadania), transformou-se em verdadeira farra cujo único objetivo parece ser queimar recursos do erário. Até quando?
Tome-se como exemplo o salário recebido pela advogada Patrícia Veronesi. No comando da central de convênios da FUABC (Fundação do ABC), verdadeiro feudo comandado por políticos são-caetanenses com mãos de ferro, ela recebe contracheque de R$ 30.654,36 a cada mês, três vezes mais que um vereador do município, cujo subsídio mensal é de R$ 10.021,17. A diferença é um escárnio com a população, obrigada a pagar impostos escorchantes para manter os privilégios da casta política.
E nem se pode argumentar que os altos salários se justifiquem pela quantidade – e/ou qualidade – do trabalho. No comando da Subsecretaria de Comunicação, para ficar apenas em um exemplo, o jornalista Fernando Scarmelloti recebe R$ 18 mil por mês, quase o dobro dos vereadores, para comandar equipe encorpada de profissionais que não conseguem sequer responder às demandas do Diário, que muitas vezes chega ao leitor sem as explicações oficiais da Prefeitura para problemas do município relatados em suas páginas. Lamentável.
Os altos salários são pragas e, como tais, precisam ser combatidos. O assunto já deixou de ser algo apenas paroquiano para ganhar repercussão regional. São Caetano já é conhecida em boa parte do Grande ABC como o paraíso dos altos salários. Para o sufoco de sua população, que é obrigada a sustentar nos ombros, cada vez mais solicitados, tamanha insensatez no pagamento de indivíduos que pouco fazem para justificar o que ganham do erário ao fim de cada mês.
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