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Solvay deve demitir 30 funcionários
Por Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
06/02/2009 | 07:00
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A petroquímica Solvay Indupa Brasil, de Santo André, anunciou ontem que vai cortar 30 vagas - o que deve acontecer hoje. Antecipando as demissões, o Sindicato dos Químicos do ABC realizou ontem assembleias na fábrica para apresentar um pacote de benefícios aos dispensados e abrir renegociação para os que ficaram. "Queremos um período de estabilidade porque o clima não está bom", afirma Paulo Antônio Lage, presidente do sindicato.

 O sindicalista descarta que as demissões sejam causadas pela crise financeira internacional. "Não existe crise neste setor. As demissões acontecem porque os empresários querem compensar seus investimentos", explica.

 Juvenil Nunes da Costa, diretor do sindicato, afirma que a empresa comunicou os cortes à entidade esta semana, e argumentou que precisaria reduzir o número de funcionários. "Fomos informados que ocorrerá cerca de 30 demissões esta semana, muito provavelmente hoje. E pelo que a própria Solvay afirma é que não vai parar por aí", diz Costa.

 "A situação é muito difícil para os trabalhadores que, hoje, estão estressados. Imagina trabalhar, achando que você pode ser limado amanhã. Por isso, entendemos que é preciso darmos uma resposta o mais rápido possível para os funcionários. A assembleia é uma forma de protesto para abrir negociação com a empresa sobre esta questão", comenta ele que também é coordenadora da rede de trabalhadores no grupo Solvay. "O nosso maior problema, e preocupação, é que os trabalhadores tem em média 15 anos de empresa. Ao serem demitidos não terão recolocação fácil", lamenta.

 Costa explica que as demissões ocorreram por conta da ampliação e automação da planta de cloro soda, antes à base de mercúrio, produto hoje de utilização proibida. "Com mais tecnologia, os trabalhadores são descartados", comenta.

 O sindicalista afirma que a entidade conversou com a direção da petroquímica e exigiu que ela seguisse a convenção coletiva, que prevê dispensar, pela ordem, os solteiros e os aposentados, entre outros pontos. "Mas a Solvay comentou que não vai conseguir seguir todos os pontos", explica.

 Costa afirma que se a empresa não quiser negociar outros protestos surgirão e que uma greve não está descartada. A direção da empresa, atualmente com 315 funcionários, disse que não iria comentar o assunto, nem as declarações do sindicato.




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