Mauá retomou terça-feira as obras do Ginásio Poliesportivo Celso Daniel, entregue inacabado em dezembro pelo ex-prefeito Oswaldo Dias (PT). No entanto, a abertura ao público deve levar pelo menos 90 dias. É que para deixar o local em condições de realizar competições oficiais, será preciso abrir nova licitação para a conclusão da parte interna do prédio. Já foram gastos no complexo esportivo R$ 4,9 milhões. Os cerca de R$ 500 mil necessários para a conclusão da obra serão remanejados da Secretaria de Esportes.

Entre os reparos a serem feitos estão a instalação das redes hidráulica e elétrica, construção de rampas de acesso para deficientes, corrimão nos degraus das arquibancadas e grades de proteção no entorno da quadra. Também será necessário aumentar a quantidade de saídas. Há apenas uma no térreo e duas na parte superior do ginásio. O ideal seriam três na ala inferior e quatro na superior. O serviço externo - acesso de público e estacionamento - será feito pela Secretaria de Serviços Urbanos.

O prefeito interino, Diniz Lopes (PL), voltou a responsabilizar a gestão anterior pela entrega da obra inacabada e acusou a Engevil Engenharia de Projetos e Construções Ltda, responsável pelo empreendimento, de estar fazendo cobranças indevidas. "A empresa diz que devemos R$ 315 mil. Só que o contrato venceu em outubro do ano passado. Toda a verba empenhada para esta obra foi paga. Só sobraram R$ 67 em caixa", disse. O vereador José Luiz Cassimiro (PT), do mesmo partido do ex-prefeito Oswaldo Dias, evitou a polêmica ao afirmar não ter detalhes do projeto. Comentou apenas: "Só sei que o ex-prefeito deixou R$ 52 milhões em caixa."

A Prefeitura informou que vai notificar a Engevil, para que refaça parte da piscina, que pelo contrato deveria medir 25 metros. "Está com 24,96 metros. Com isso, não podemos realizar provas para estabelecimento de recordes", disse o secretário de Esportes, Turismo e Lazer, Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô.

O secretário de Obras da atual administração, Admir Jacomussi, culpou a GPA, responsável pelo projeto, pelo aumento no custo da obra. Ele afirmou que por esse motivo a empresa será punida e, por um ano, ficará proibida de participar dos projetos e licitações no município. "Em razão das mudanças no projeto, a Prefeitura teve de fazer suplementação de 25% no orçamento previsto", disse.

A Engevil se isentou de responsabilidades e informou que o valor citado por Diniz é ainda maior. "A Prefeitura nos deve R$ 406 mil. Quando se fez a suplementação de 25%, avisamos que ainda assim o valor não seria suficiente por causa das modificações que a GPA fez no projeto. Ainda assim, mandaram tocar a obra dizendo que iam aditar mais recursos para o término. Só que chegou dia 30 de dezembro (data de inauguração do prédio inacabado), mudou a administração e não nos pagaram", disse a diretora comercial da empresa, Sônia Castanhato Simões.

Na semana passada, a Engevil protocolou na Secretaria de Obras um processo administrativo contra a Prefeitura. "Não recorremos à Justiça porque a demora é muito grande", justificou Sônia Castanhato.

O arquiteto da GPA, Mário Biselli, garantiu não ter pedido à Engevil alterações no projeto. "A Prefeitura encomendou o projeto e também não me pediu nenhuma mudança."