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Região liga o alerta para a falta de água

Mananciais que atendem Grande ABC perdem capacidade; Sabesp descarta desabastecimento

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
12/09/2021 | 01:01
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Celso Luiz/ DGABC


A cada dia os reservatórios que abastecem as sete cidades do Grande ABC perdem um pouco da sua capacidade em razão do período de estiagem somado ao consumo elevado de água. A situação mais preocupante é a do Sistema Rio Claro, que atende 1,1 milhão de pessoas em Santo André, Ribeirão Pires, Mauá e na Capital. Na sexta-feira o manancial estava com 40,4% da capacidade, enquanto que no dia 1º de maio estava transbordando, com 101,8% da capacidade preenchida, ou seja, em quatro meses a diferença é de 61,4 p.p. (pontos percentuais).

O Sistema Alto Tietê, que fornece água para Santo André e Mauá, além de abastecer parte da Zona Leste de São Paulo e cidades como Arujá, Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano, além de parte de Mogi das Cruzes e de Guarulhos, também teve queda significativa. No dia 1º de maio o reservatório estava com 95% da sua capacidade, enquanto que na sexta-feira o nível não passava de 43,2%</CW>.

Outros dois mananciais também levam água para as cidades da região. O Cantareira – que abastece São Caetano – viu sua capacidade passar de 54% em maio para 35,1% na sexta-feira. Já o Rio Grande – que abastece Santo André, São Bernardo e Diadema – tinha 99,5% há quatro meses e agora conta com 73,3% da sua capacidade. 

Bióloga, professora e pesquisadora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Marcondes explica que a situação era esperada, mas a estiagem não é a única culpada. “O principal (fator)  é que, mesmo que estejamos em uma estação de seca muito grande, que há mais de 50 anos não se via, nós deveríamos ter aprendido a lidar com isso. Que para ter chuva é preciso ter vegetação. Mas acontece o contrário e houve ainda mais supressão de mata, inclusive em áreas de manancial”, declarou a docente.

Apesar dos níveis alarmantes, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) garante que não há risco de desabastecimento. “A projeção para a Região Metropolitana de São Paulo aponta níveis satisfatórios dos reservatórios para os próximos meses, até o fim do ano, quando são esperadas as chuvas de verão. Não há risco de desabastecimento neste momento”, assegura a companhia.

RACIONAMENTO

Depois de três meses sem chuva volumosa, 1,3 milhão de pessoas em 16 cidades já enfrentam racionamento de água no Interior de São Paulo. No início de agosto, apenas seis estavam nessa situação, o que mostra o agravamento da estiagem. Três cidades – Franca, São José do Rio Preto e Bauru – com rodízio no abastecimento estão entre as maiores do Interior, com população próxima de 400 mil habitantes.

Em Franca, o rodízio começou no dia 2 e vai até 17. Em São José do Rio Preto, cerca de 100 mil moradores convivem com o racionamento desde abril – o abastecimento é interrompido todo dia entre 13h e 20h. Em Bauru, 35% da população abastecida pelo Rio Batalha tem água dia sim, dia não.




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