A mudança na programação deixa clara a intenção de disputar espaço com a concorrente Record, que se intitula 'A TV que todo mundo pode ver'. “Nossa estratégia é chegar rapidamente ao terceiro lugar. Estamos ampliando o espectro da audiência. Queremos falar com a família, sem segmentar a programação”, afirma o diretor de programação e produção da emissora, Celso Tavares.

A idéia de mexer na programação noturna foi acalentada durante quase um ano pelo antigo diretor, Rogério Gallo. Depois de repaginar a programação vespertina e a dos finais de semana, ele deixou para o final essa árdua tarefa. No entanto, foi surpreendido pela venda do horário na faixa das 20h30 às 21h15 para o bispo R.R.Soares. Foi por conta desse episódio, aliás, que Gallo saiu da emissora.

Agora, cabe a Otávio Mesquita a responsabilidade de segurar o público que assiste ao Show da Fé, e ainda preparar a audiência para o Boa Noite Brasil, que começa na seqüência. “Faremos um programa popular. O Show da Fé chega a dar picos de dois pontos e nosso desafio é dobrar ou até triplicar essa audiência”, diz.

Apresentado ao vivo, Claquete exibirá matérias pré-gravadas, com um pouco de tudo que Otávio já fez. Ou seja: lá estarão as indefectíveis perseguições a famosos, pegadinhas, 'invasões' a lugares inusitados e até a volta da bandinha Chupisco, que o acompanhava no Perfil, da Rede TV!. “A base é o bom humor, para dar uma relaxada no público”, diz.

O apresentador faz questão de destacar que os quadros são bem diferentes dos que existem neste gênero de produção. “Quero restabelecer a credibilidade da câmara escondida. Já vi vítimas dessas pegadinhas por aí até com microfone de lapela”. Seu programa vai ao ar às 21h15.

A partir das 22h10, Gilberto Barros reforça a idéia da programação familiar. O apresentador se orgulha de já ter ajudado a consolidar essa idéia na emissora, realizando uma mistura de jornalismo, música e entretenimento. “Começamos o programa com notícia. Temos toda a rede Bandeirantes comprometida, com links diários”, afirma.

Um dos principais objetivos de Celso Tavares é abrir espaço para notícias e atrações regionais. “Hoje, há a tendência de se fazer algo segmentado. Faremos o contrário. Com a regionalização, mostraremos talentos de todo o país”, diz Tavares.

Ao contrário de Otávio, que fala claramente em “dobrar ou triplicar a audiência”, Leão prefere não citar números, mas garante que é um “empreendedor do ibope”, lembrando o bom desempenho do Sabadaço na emissora. “Vamos para as cabeças”, diz.

Com quadros assumidamente inspirados nos programas de Flávio Cavalcanti, como A Grande Chance, o apresentador assegura que tudo não passa de uma homenagem. O título Boa Noite Brasil foi tirado de um programa que Flávio apresentou na Band em 1982. “Não gosto de comparações. Ele era magro e eu sou gordo. Ele era inteligente, eu sou um novato. Os nomes são os mesmos, mas a conotação é outra”, afirma. Logo em seguida, no entanto, ele emenda um “ainda não tentei quebrar um CD”, numa referência ao quadro Um Instante, Maestro, em que Flávio quebrava os LPs que considerava ruins.