Diarinho Titulo Maior biodiversidade do mundo
Amazônia: o coração do Brasil

A maior floresta do planeta sofre com os desmatamentos e está ‘encolhendo’ devido à ação do homem

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
05/09/2021 | 00:01
Compartilhar notícia
Divulgação


A Amazônia é a região do planeta que tem a maior biodiversidade do mundo, ou seja reúne a maior quantidade de espécies animais e vegetais. Esse é motivo mais do que suficiente para merecer cuidados. E não ficar exposta à ação de pessoas que, ilegalmente, cortam árvores para vender ou para formar pastos para a criação de gado, ou devastam o solo em busca de ouro e outros mineirais. 

Importante demais para o planeta, a floresta possui território de aproximadamente 5 milhões de quilômetros quadrados, mais de 4.000 espécies de animais, média de 2.500 tipos de árvores, mais de 40 mil variedades de plantas e 2,5 milhões de espécies de insetos. 

Segundo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a extensão da chamada Amazônia legal equivale a 58,9% do território brasileiro.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) aponta que na Amazônia existem 76 mil indígenas, que estão divididos em 350 comunidades ou aldeias e que pertencem a 18 povos. Eles dependem da floresta para tirar seu sustento e manter costumes e tradições, que datam de antes da descoberta do Brasil pelos portugueses, em 1500.

Embora existam leis que deveriam protegê-la, a Amazônia sofre com a ação de pessoas que invadem sua área. Essa intervenção, que deveria ser controlada pelas autoridades, gera o desequilíbrio do meio ambiente. Uma das consequências é a elevação da temperatura do planeta, chamado de aquecimento global.

A conscientização é uma das formas de manter a floresta viva. As crianças têm papel importante nisso. Elas precisam consicentizar seus pais da importância que a floresta tem para o planeta e exigir que o governo atue para evitar o desmatamento. Além disso, é preciso escolher produtos fornecidos por empresas que respeitem o meio ambiente.

OLHAR MUNDIAL

A proteção das florestas e rios é vista com bons olhos pela comunidade mundial. Bem como o desrespeito merece repúdio. Produtos originários de áreas em que se respeita a natureza têm mais valor e são os preferidos pela comunidade mundial. Por outro lado, há rejeição aos que não observam as boas práticas. 

Na sexta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que seu país não importa mais soja que seja fruto do desmatamento, “sobretudo na Amazônia”. A declaração foi dada durante discurso no evento World Conservation Congress, em Marselha. As críticas do país europeu à destruição ambiental, sobretudo no Brasil, são um entrave para a concretização do acordo comercial entre União Europeia, aliança que reúne a maioria dos países da Europa, e Mercosul, que une as nações da América do Sul, dentre elas o Brasil.

Macron já havia tratado da questão anteriormente. Em janeiro deste ano, por exemplo, ele considerou que depender da soja brasileira seria “endossar o desmatamento”, tendo sido alvo de contestações do governo do Brasil. 

A Amazônia é um patrimônio brasileiro e mundial que tem de ser cada vez mais protegido. 

Área destruída chega a 10.476 quilômetros

De acordo com as informações do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), de agosto do ano passado até julho de 2021, a área de floresta destruída na Amazônia atingiu 10.476 quilômetros quadrados. Essa total equivale a nove vezes a cidade do Rio de Janeiro. É muita coisa. 

Infelizmente, a Floresta Amazônica vem sendo castigada em maior ritmo dos últimos dez anos. Em julho de 2021, foram desmatados 2.095 quilômetros quadrados, sendo 80% a mais do que no mesmo mês em 2020.

Para se ter uma ideia, se comparado, essa área é maior do que a cidade de São Paulo e representa o pior resultadopara o mês na década. Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses também foi o maior desde o ano de 2012.

Ainda segundo o levantamento do Imazon, com relação aos Estados, o Pará foi o que mais desmatou em julho, com 771 quilômetros quadrados de floresta destruídos, o que representa 37% do registrado em todo o bioma, que é o conjunto de seres animais e vegetais de um determinado local.

Além disso, sete das dez terras indígenas e cinco das dez unidades de conservação mais atingidas pelo desmatamento no período estão em solo paraense.

O cenário é tão preocupante que ainda é preciso ressaltar que a destruição da floresta segue avançando pelo Sul do Amazonas. o que fez o Pará ficar em segundo lugar no ranking dos que mais desmataram em julho. No período, foram devastados 402 quilômetros quadrados em solo amazonense.

Em seguida, o terceiro Estado que mais desmatou em julho foi Rondônia, com 319 quilômetros (15%), e o quarto foi o Acre, com 313 quilômetros quadrados (15%). Esses dois estados ultrapassaram o Mato Grosso, que vinha em terceiro lugar nos últimos meses, mas em julho registrou desmatamento de 203 quilômetros (10%), ficando em quinto no ranking.

A análise ainda mostra que 63% dos desmatamentos ocorreram em áreas privadas, 23% em assentamentos – unidades agrícolas –, 11% em unidades de conservação e 3% em terras indígenas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;