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Em São Bernardo, parte das casas no Areião são demolidas

Demolição está sendo feita em casas vazias, já desocupadas anteriormente; liminar impede desocupação das famílias em demais residências

Da Redação
Do Diário do Grande ABC
02/09/2021 | 11:06
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Divulgação/ Arquivo pessoal


A Prefeitura de São Bernardo realizou, na manhã desta quinta-feira (2), a demolição de parte das casas na Vila Sabesp, no Areião. Segundo informações de moradores, a ação está sendo feito em casas vazias do bairro, e já desocupadas anteriormente. Em paralelo, ontem, uma liminar foi publicada, pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na qual, suspende a desocupação em residências pela região. 

No começo do mês de agosto, conforme publicado pelo Diário, os moradores da Vila tinham sido informados de que teriam 30 dias para deixar suas casas. A região passa por processo de urbanização, mas os moradores afirmam que a administração municipal não tem dialogado com as pessoas. Moradores ainda relataram à equipe de reportagem que foram cadastrados pela área de assistência social da Prefeitura com promessa de atendimento habitacional, mas ainda foram informados que não vão receber auxílio aluguel nem uma nova moradia.

Na ação de hoje, a moradora e engenheira ambiental, Franciele Martins, 28 anos, comentou que pelo menos seis casas vazias já foram demolidas, e cerca de mais 30 serão derrubadas. O problema, segundo ela, é que mesmo que as casas estejam vazias elas são ''''coladas'''' com as residências vizinhas, o que pode causar problemas sérios com as outras estruturas. “A Prefeitura alega que as casas que serão demolidas são de antigos moradores que aceitaram essa desapropriação e foram embora. Mas como fica nossa situação? Eu, por exemplo, não aceitei e minha casa pode ser prejudicada”, lamenta. 

A ação civil pública, do Juiz Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho, concedeu como urgente a suspensão do “cumprimento da ordem de remoção”, a fim de assegurar a segurança dos moradores. “Deferindo medida cautelar para determinar a suspensão por 06 meses de ordens ou medidas de desocupação de áreas que já estavam habitadas antes de 20 de março do ano passado, quando foi aprovado o estado de calamidade pública em razão da epidemia de Covid-19, defiro a tutela de urgência para suspender a desocupação/remoção”, ressalta o documento. 

Procurada sobre a situação, a Prefeitura de São Bernardo informou que a liminar obtida pela "Associação Amigos da Luta dos Sem Teto" impede apenas a remoção de moradias e o município está cumprindo a decisão, seguindo com as remoções das construções já desocupadas voluntariamente. “Importante destacar que as intervenções pretendidas visam a implantação de um amplo projeto de urbanização do local. Além da execução de obras viárias, está prevista a construção de novos acessos, escolas e centro comercial, contemplando ainda dezenas de famílias com novas moradias, todas elas hoje já residentes no local de forma extremamente precária”, completam em nota. 

Cerca de 170 famílias vivem na região em situação de vulnerabilidade. 




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