O presidente nacional do Partido Verde, José Luiz de França Penna, e o deputado federal Fernando Gabeira (RJ), um dos principais nomes da legenda, criticaram nesta segunda-feira a decisão do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), de extinguir a Secretaria de Meio Ambiente de Ribeirão Pires para cortar gastos. Para Penna, a Pasta não poderia ser extinta. "Em tese, sou contra. Minha proposta é exatamente o contrário. Acho que as demais secretarias deveriam estar subordinadas à do Meio Ambiente", afirma.

De acordo com Penna, instâncias ambientais, caso da secretaria do Meio Ambiente, devem passar por reformulações, mas serão mantidas. "Esses órgãos precisam ser sacudidos de vez em quando. É preciso modernizar essas secretarias, readaptá-las às novas necessidades. Mas seria importante que as mantivessem", diz. O presidente do PV afirmou que vai aproveitar seu encontro com Clóvis Volpi na quinta-feira para saber detalhes da questão. O encontro acontecerá em Brasília, onde alguns membros do partido estarão reunidos para comemorar os 20 anos de criação do PV. "O meu posicionamento é de que não se deve diminuir a função da questão ambiental para a sociedade", conclui Penna.

O deputado federal Fernando Gabeira comparou a decisão do prefeito de Ribeirão a caso semelhante ocorrido na Bolívia. "Isso me parece uma coisa que o Morales (Evo Morales, presidente recém-eleito da Bolívia) fez. Ele, que é índio, desativou o Ministério dos Índios. Muito possivelmente, o prefeito, com essa atitude, deve estar querendo dizer que ele assume todas as responsabilidades ambientais e que, em vez de uma Secretaria de Meio Ambiente vai haver um prefeito ambientalmente comprometido", explica Gabeira.

Volpi pretende anexar a Secretaria do Meio Ambiente à de Obras e Serviços Municipais, eliminando assim, a figura do secretário do Meio Ambiente. O objetivo é conter custos. Fernando Gabeira, que afirma não conhecer o trabalho de Volpi (que é representante do Meio Ambiente no Consórcio Intermunicipal do ABC), acredita que muitas pessoas que fazem parte do Partido Verde, não colocam em prática os fundamentos defendidos pela legenda. "O meu trabalho com o partido é mais uma troca de idéias. Mas há pessoas da legenda que eu nem reconheceria como sendo efetivamente do Partido Verde", conclui o deputado.