Setecidades Titulo Imunização
Região tem 32 mil pessoas com 2ª dose
da vacina em atraso

Em Diadema, número de munícipes que não voltaram aos postos de saúde triplicou em um mês; médicos alertam que só esquema completo é seguro

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
25/08/2021 | 00:01
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André Henriques/ DGABC


Pelo menos 31.974 moradores do Grande ABC deixaram de comparecer aos postos de imunização para receber a segunda dose da vacina contra a Covid, de acordo com dados das prefeituras. O número corresponde a munícipes de São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá – as outras cidades não responderam ou não divulgaram o número absoluto de munícipes que estão em falta com o reforço. No último levantamento realizado pelo Diário, em 24 de julho, eram 14.604 pessoas que não haviam completado o esquema vacinal.

A cidade que identificou o maior aumento na evasão foi Diadema. Há um mês, eram 3.680 moradores que não haviam recebido a segunda dose da vacina e, ontem, de acordo com dados da Prefeitura, eram 9.174, ou seja, alta de 149%. Em São Bernardo, o número passou de 9.427 para 11,5 mil, acréscimo de 21,9%. Já São Caetano viu o número cair de 1.497 para 1.300 (-13,1%). Por fim, Mauá informou que 10 mil pessoas não voltaram aos postos de vacinação – a cidade não havia informado os registros dos munícipes atrasados.

Para tentar diminuir o número da evasão, as prefeituras do Grande ABC, o Estado e o Ministério da Saúde têm investido em campanhas de conscientização nas redes sociais, além de fazer busca ativa atrás dos faltosos. A ideia é mostrar para a população que apenas as duas doses da vacina – com exceção do fármaco da Janssen, que é de aplicação única – garantem a eficácia da proteção contra o coronavírus.

Em Santo André, São Bernardo e São Caetano é necessário fazer o agendamento nos sites das prefeituras para assegurar o imunizante, mesmo fora do prazo. Já nas demais cidades a vacina é dada direto nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Recentemente, a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) divulgaram nota conjunta destacando a importância da segunda dose. Ao Diário, o diretor da SBIm, Renato Kfouri, explicou que a imunização só estará completa com as duas doses. “Há um erro conceitual ainda, onde as pessoas têm a sensação de que a primeira dose já protege e a segunda não faz tanta diferença, o que não é verdade”, comentou.

A evasão da segunda dose não é problema exclusivo do Grande ABC. Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde apontou que 1,27 milhão de pessoas ainda não compareceram aos postos para tomar a segunda dose das vacinas contra a Covid. O balanço contabiliza 715 mil pessoas que ainda precisam completar o esquema vacinal com o imunizante do Butantan/Coronavac, outras 511 mil da Fiocruz/Astrazeneca e 47,7 mil de Pfizer. 

Segundo levantamento do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), metade deste quantitativo está concentrada na Grande São Paulo, que reúne também mais de 20 milhões de habitantes do Estado.

“Aqueles que tomaram a primeira dose precisam retornar aos postos de vacinação para tomar a segunda dose. A proteção só acontece após completar o esquema vacinal”, afirma a coordenadora do PEI (Programa Estadual de Imunização), Regiane de Paula.

Cidades têm 70% dos moradores com 1ª dose

O Grande ABC tem 70% dos seus 2.807.712 habitantes com pelo menos a primeira dose dos imunizantes contra a Covid e 30% com o esquema vacinal completo, com as duas doses ou com o fármaco da Janssen, de acordo com informações das sete prefeituras.

Até ontem haviam sido aplicadas 2.860.348 vacinas na região, sendo 1.951.970 referentes à primeira dose e 840.448, à segunda. Apenas entre terça-feira e ontem foram ministrados 27.999 imunizantes, sendo 6.719 de primeira dose e 21.280 de segunda. 

A cidade com a vacinação mais adiantada é Santo André, que comemorou ontem a marca de 800 mil doses ministradas na cidade. No total, 78% dos andreenses já iniciaram o esquema vacinal e 36,4% estão com a proteção completa. A pior situação é a de Rio Grande da Serra, com 54,8% da população com a primeira dose e apenas 17,9% com a segunda – veja os dados de cada município da região no Vacinômetro, na página 3.

Atualmente, os municípios do Grande ABC vacinam crianças e adolescentes de 12 a 17 anos com comorbidades. Ribeirão Pires e Mauá, porém, já avançaram na campanha e protegem munícipes de 14 e 17 anos, sem comorbidades, respectivamente.

Em Santo André, a Prefeitura disponibiliza a segunda dose para moradores de 30 a 39 anos que tomaram a Astrazeneca e de 28 a 36 anos imunizados com a Coronavac; São Bernardo está com agendamento aberto para munícipes de 30 a 54 anos que receberam a Astrazeneca e de 25 a 29 imunizados primeiro com a Coronavac; São Caetano protege moradores com 30 anos ou mais que recebeu a Astrazeneca e com 31 anos ou mais que foi protegido com a Coronavac. Nas três cidades é necessário fazer o agendamento nos sites das prefeituras.

Já Mauá, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra vacinam sob demanda nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e pedem para os moradores conferirem o prazo da segunda dose na carteirinha: 90 dias para Astrazeneca e Pfizer e 28 dias para a Coronavac.




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