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Projeto social em Diadema ampara psicologicamente mulheres vitimas de agressão

Iniciativa social de voluntárias pode virar lei municipal; meta é expandir pelo País

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
17/08/2021 | 00:01
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Um pequeno exército de voluntárias da área de psicologia, assistência jurídica e social oferece, desde janeiro de 2021, apoio gratuito a mulheres vítimas de violência doméstica. O grupo, formado por 15 pessoas, atua no programa Fala Mulher SP, que já atendeu 220 mulheres em todo o Estado. A iniciativa é da jornalista Marcia Muryah, 38 anos, que também coordena o bloco carnavalesco Fulanas & Fulanos, em Diadema.

Os atendimentos são realizados pela internet, após agendamento pela página do programa no Facebook (facebook.com/falamulhersp) ou no Instagram (instagram.com/falamulhersp). Marcia decidiu criar o programa após receber diversos pedidos de ajuda por meio da página do bloco. “É feito um cadastro e nossa equipe entra em contato. No início contávamos com cinco voluntárias, mas em menos de dois meses já tínhamos 15 pessoas colaborando. Em breve teremos o nosso espaço físico”, projeta Marcia.

Para garantir mais capilaridade ao projeto, a jornalista procurou vereadores de Diadema que apresentaram uma propositura, que ainda aguarda ser votada, para transformar a iniciativa em uma lei municipal. A proposta é assinada pelos parlamentares Eduardo Minas (Pros), Reinaldo Meira (Pros) e Marcio Paschoal Junior (Podemos). 

O objetivo de Marcia é que, com a lei aprovada, haja apoio institucional do poder público. “A lei só funciona a partir de políticas públicas bem estruturadas, com delegacias da mulher, abrigos, centros de referência, além de um sistema de Justiça bem preparado. Nosso objetivo é que seja implementada a lei Fala Mulher em todos os municípios do País”, declarou a precursora.

Marcia lembrou que o Brasil está na quinta posição no ranking de países onde mais se matam mulheres no mundo, sendo que, na maioria dos casos, os autores dos feminicídios são maridos, namorados, companheiros ou ex-companheiros que não aceitam o fim do relacionamento. “A principal finalidade da lei é proteger as mulheres”, finalizou.

Um dos proponentes do projeto de lei, o vereador Eduardo Minas destacou que, após receber a proposta vinda da sociedade civil, debateu o assunto com os outros parlamentares de forma a tornar a ideia uma possibilidade de política pública com foco no atendimento à mulher, prevendo no projeto de lei que a Prefeitura de Diadema possa oferecer um local para atendimentos presenciais. 

“Nos dá muita alegria trazer um projeto proposto pela sociedade civil, uma parceria importante. Enquanto durar meu mandato parlamentar, quero poder manter essa proximidade” afirmou o vereador. “Que seja o primeiro de muitos projetos que nasçam dessa forma, dessa parceria”, concluiu. A expectativa é a de que o projeto de lei seja votado e aprovado ainda no mês de agosto.




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