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Madonna melhora com o tempo
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
26/01/2002 | 15:01
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Quando veio ao Brasil, em 1993, Madonna causou um verdadeiro rebuliço no país com seu Girlie Show. Era a primeira vez que a diva do pop colocava seus pés em terras tupiniquins e, por conta disso, as pessoas não se importavam em pagar uma fortuna pelos ingressos. E Madonna, na época, disputava a atenção com ninguém menos que Michael Jackson, outro astro que esteve por aqui nos anos 90. Ano glorioso para os shows internacionais, mas que marcou a aposentadoria temporária da cantora de grandes turnês.

Nove anos depois, Madonna volta com toda a energia que lhe é de costume. Mãe de Lourdes Maria e Rocco, casada com o cineasta inglês Guy Ritchie, ela surge com o talento musical muito mais apurado e o condicionamento físico de uma garota de 20 anos em Drowned World Tour 2001, turnê mundial filmada e, agora, lançada em DVD no Brasil pela Warner Music.

Em Drowned (que, metaforicamente, significa sufocada), Madonna passa por 16 cidades – Barcelona, Milão, Berlim, Paris, Londres, Filadélfia, Nova York, East Rutherford, Boston, Washington, Miami, Atlanta, Detroit, Chicago, Las Vegas e Los Angeles.

Um fôlego invejável para seus 43 anos muito bem conservados, idade que só acrescenta o quanto é especial ver Madonna atuando em cima do palco. Fazendo um paradoxo com sua maturidade, foi justamente depois de ser mãe e de assumir um relacionamento monogâmico que ela atingiu progresso profissional. Os anos ambiciosos de material girl, agora, só servem de inspiração para as baixarias bem menos picantes da estrela teen Britney Spears.

Drowned é de longe sua turnê mais inspirada e menos histérica. O show exibido no DVD foi gravado em Detroit, Michigan, terra natal da cantora, em 26 de agosto, com produção de Marty Callner e direção de Hamish Hamilton. Madonna aparece sem os mesmos recursos dos shows anteriores – menos figurinos, às vezes trocando os bailarinos pela banda e arriscando, inclusive, na guitarra e no violão.

O repertório também está longe de ser óbvio, já que ela optou por não colocar sucessos antigos – com exceção de La Isla Bonit, Holiday e Open your Heart. Substitute for Love abre o DVD, com Madonna vestindo um figurino escocês neo-punk (talvez uma homenagem subliminar ao marido), surgindo em meio à fumaça espalhada pela imensa estrutura do palco – disso, é claro, ela nunca abriria mão.

As outras faixas são Impressive Instant, Candy Perfume Girl, Beatiful Stranger, Ray of Light, Paradise (Not for Me), Frozen, Nobody’s Perfect, Me Girl Part I e II, Sky Fits Heaven, What It Feels Like for a Girl (que não aparece nos créditos), I Deserve It, Don’t Tell Me, Human Nature, Their Funny Song, Secret, Gone, Don’t Cry for Me Argentina (instrumental), Lo que Siente La Mujer (versão latina para What It Feels Like For a Girl) e Music, além de La Isla Bonita e Holiday.

Além de escocesa pós-moderna, ela encarna gueixa, cowgirl e menina patriota, esta vestida com um top com a bandeira dos Estados Unidos estampada no peito. O destaque das performances está em Paradise, na qual bailarinos seminus ficam pendurados no teto da estrutura. Mas nada mais charmoso do que vê-la cantando Holiday, tendo ao centro duas potentes backing vocals, e fazendo aquela deliciosa e consagrada coreografia. Ao final, fica constatado que Madonna é como um bom vinho: quanto mais velha, melhor.




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