Dirigida pelo próprio Caruso, a montagem brinca com a política nacional. Após perder a eleição presidencial de 1994, Lula (Jairo Mattos) vai ao Céu e pergunta a Deus (Antônio Petrin) o porquê da derrota. A peça foi escrita naquela época.
No Céu, Lula encontra – e questiona – vários pernonagens alegóricos: Ordem (Eliana Rocha), Progresso (Francarlos Reis), Constituição (Sonia Guedes), Verde Louro (Eduardo Silva). “Caruso e Jandira pegam o teatro de revista, que teve seu auge nos anos 40 e 50 e fazia uma crítica aberta e muito engraçada à política, e o colocam em um contexto muito oportuno. Mas o texto está longe de ser panfletário”, afirma Petrin.
Cenário (um céu com nuvens e estrelas) e figurinos são de Sílvia Moreira. “Há uma brincadeira com plumas e paetês. A maioria dos figurinos, que foram adaptados para os personagens, vieram da escola do (ator) Ewerton de Castro. Trabalhamos na casa do (cenógrafo e diretor) Gianni Ratto, que virou um ateliê”, diz Sílvia. O trabalho, uma colagem com figurinos de várias peças, acompanhou o espírito do espetáculo. “Quase morremos de rir”, afirma.
O Céu da Pátria entrou na programação do seminário, cuja proposta é discutir a dramaturgia brasileira contemporânea, graças à desistência de Gianfrancesco Guarnieri. O dramaturgo e ator não pôde entregar seu texto porque dedicou-se ao musical A Luta Secreta de Maria da Encarnação, que estreou há duas semanas. “É legal terminar o seminário com uma revista, um gênero abandonado”, diz Roberto Lage, organizador do evento ao lado de Celso Frateschi.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.