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Aumento na gasolina já reflete nos serviços de aplicativo de transporte

Combustível registrou 51% de acréscimo no ano, o que prejudica motoristas e passageiros, que precisam esperar mais por viagem

Por Yara Ferraz
13/08/2021 | 07:24
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Claudinei Plaza/ DGABC


A gasolina teve mais um reajuste, de 3,33%, e já acumula alta de 51% no ano, somente com os anúncios da Petrobras. Na região, com o último acréscimo, o preço médio dos combustíveis nas bombas deve chegar a R$ 5,56 o litro. Os constantes aumentos nos preços também estão repercutindo nos aplicativos de transporte, com ônus para os usuários e motoristas.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), levantados pelo Diário, a média do preço do combustível na região é de R$ 5,48, podendo chegar a R$ 5,99 (veja mais informações na arte ao lado). A estimativa do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR) é a de que o último aumento represente acréscimo de aproximadamente R$ 0,08.

Para quem trabalha com aplicativos de transporte, as altas já pesam e os passageiros vêm notando a redução em número de carros ou demora para conseguir uma viagem.

O motorista Guilherme Paes Teixeira, 29 anos, morador de Mauá, trabalhava cerca de oito horas por dia antes da pandemia. Agora, para ganhar a mesma coisa, chega a ficar até 14 horas nas ruas. “Depende da dinâmica de cada motorista, mas alguns já recusam viagens curtas, porque acaba não valendo a pena. No horário de pico, as longas também acabam não compensando, porque a gente gasta muito combustível. Está complicado”, disse ele, que recusou uma viagem para Santo Amaro enquanto era entrevistado. “Antes, a gente separava 30% do que ganhava para o combustível e agora já está chegando à metade.”

Marcos José Vitor, 36, morador de Diadema, também relatou a alta de custos. “Certas corridas não estão sendo mais vantajosas. A minha sorte é que meu carro é econômico, mas, mesmo assim, uma corrida curta em horário de pico acaba dando mais gastos.”

Questionada sobre o assunto, a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia) afirmou que as plataformas têm como uma das principais características a flexibilidade de engajamento dos motoristas, que podem escolher livremente os dias e horários que preferem atuar, podendo ligar ou desligar os aplicativos a qualquer momento. “O que tem provocado o maior tempo de espera, em algumas cidades e horários, é o aumento exponencial da demanda por corridas, levando a um desequilíbrio temporário entre a oferta e a demanda no mercado”, afirmou em nota.

Segundo a Amobitec, as empresas associadas, incluindo a Uber, que validou a resposta de acordo com a da associação, têm atuado dentro de suas características e implementado medidas para preservar o equilíbrio de mercado.

A 99 também justificou com o aumento da demanda, mas acrescentou o “contexto nacional de constantes aumentos no valor dos combustíveis, especialmente este ano”. A empresa afirmou que fez parceria com a Shell, o que já garantiu mais de R$ 3,1 milhões em desconto nos postos da rede, neste ano, e também está, em datas estratégicas, zerando as taxas aplicadas nas corridas, ou seja, 100% do valor é repassado ao motorista parceiro.




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