Política Titulo Mauá
Câmara rejeita contas de Atila e abre caminho para enquadrá-lo na Ficha Limpa

Por 15 a 5, Legislativo mantém parecer do TCE pela reprovação do balanço financeiro de 2017; votação deve parar na Justiça

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/08/2021 | 17:09
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Denis Maciel/ DGABC


 A Câmara de Mauá rejeitou as contas do ex-prefeito Atila Jacomussi (SD), mantendo parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado) sobre o exercício financeiro de 2017. A decisão da casa deve trazer impactos diretos nas pretensões de Atila na eleição do ano que vem. 

Foram 15 votos pela condenação de Atila ante cinco pela absolvição - houve duas abstenções. O ex-chefe do Executivo precisava de 16 votos para reverter a orientação da corte de contas. Com a reprovação, Atila pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, ficando inelegível.

Momentos antes de a sessão começar, o vereador decano da casa e pai de Atila, Admir Jacomussi (Patriota), conversou com os colegas em buscando modificar o cenário desfavorável ao filho.

Muitos elogiaram Jacó, como o parlamentar é conhecido. Mas sobraram críticas a Atila. Vereadores classificaram o placar como espécie de vingança ao tratamento de Atila com a classe política da cidade - 19 dos 23 vereadores estiveram na base ou foram auxiliares na gestão do ex-prefeito.

O ex-prefeito não compareceu ao Legislativo nem enviou corpo de advogados para fazer uso dos 30 minutos de explanação na tribuna. Coube a Jacó defender o filho.

Em discurso de quer 20 minutos, ele criticou o parecer, dizendo que a corte trocou seus entendimentos justamente na avaliação do balancete do primeiro ano de governo Atila. Depois apelou para a política.

“Eu nunca vi esta casa rejeitar contas de prefeito. Lembro que quando eu era presidente e chegaram as contas do Oswaldo (Dias, PT), o Zé Luiz Cassimiro veio conversar comigo. E logo falei: ‘Se for sobre as contas, fique tranquilo. Eu vou votar a favor’”, disse Jacomussi.

Na sequência, criticou o trâmite interno da votação, em especial a condução da comissão de finanças. “Houve vícios no processo que tenho certeza que a Justiça anulará o que ocorre aqui.” A comissão de finanças recomendou seguir o parecer do TCE, ou seja, contra Atila.

Votaram contra Atila os vereadores Alessandro Martins (PDT), Sargento Simões (Podemos), Eugênio Rufino (PSDB), Geovane Corrêa (PT), Junior Getúlio (PT), Jairo Michelângelo (PTB), Jotão (SD), Wellington da Saúde (PP), Leonardo Alves (PSDB), Zé Carlos Nova Era (PL), Márcio Araújo (PSD), Irmão Ozelito (PSC), Pastor Valdeci (Republicanos), Vaguinho do Zaíra (PSD), Neycar (SD).

A favor do ex-prefeito foram Admir Jacomussi, Mazinho (Patriota), Chiquinho do Zaíra (Avante), Ricardinho da Enfermagem (PSB) e Renan Pessoa (Avante).

José Afonso Madeira (Patriota) e Wiverson Santana (PL) se abstiveram. Samuel Enfermeiro (PSB) não compareceu à sessão por motivos particulares.

Foi a segunda vez que a Câmara de Mauá rejeitou contas de um ex-prefeito. A primeira foi em 2008, quando a casa reprovou o balanço de 2004 da Prefeitura, último ano da primeira passagem de Oswaldo Dias pelo Paço. O caso parou na Justiça, o petista conseguiu suspender aquela sessão e concorreu, naquele ano, novamente ao Executivo - venceu Chiquinho do Zaíra no segundo turno.




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