Política Titulo Em busca de recuperar terreno
PT quer Suplicy a estadual e Wyllys a federal por S.Paulo

Para legenda, atual vereador e ex-deputado pelo Rio seriam puxadores de voto em 2022

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
19/07/2021 | 00:01
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Denis Maciel/ DGABC


O diretório do PT no Estado busca convencer o vereador paulistano Eduardo Suplicy e o ex-deputado federal Jean Wyllys a liderarem candidaturas puxadoras de voto no pleito do ano que vem por São Paulo.

Duas vezes campeão de votos em São Paulo (em 2016 com 301.446 votos e em 2020 com 167.552), Suplicy foi senador por três mandatos. Em 2018, tentou retornar ao Senado, recebeu 4,7 milhões de votos, mas perdeu para Major Olimpio (PSL, morto em março, vítima da Covid-19) e Mara Gabrilli (PSDB). Com 80 anos recém-completados, é considerado um dos principais quadros do petismo paulista.

Já Wyllys, projetado nacionalmente pelo programa Big Brother Brasil, da TV Globo, foi por duas vezes deputado federal, mas pelo Rio de Janeiro e no Psol. Em 2018, foi reeleito para um terceiro mandato, porém renunciou alegando temer por sua vida diante da escalada de ameaças que recebia. Wyllys se exilou na Europa e só recentemente fez novo posicionamento político-eleitoral, quando se filiou ao PT.

A estratégia foi revelada pelo presidente do PT em São Paulo, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho. Sobre Suplicy, ele ponderou que o partido espera o tempo de maturação da ideia do ex-senador. A respeito de Wyllys, Marinho confirmou o convite ao ex-parlamentar e aguarda resposta.

“Não fechamos número, metas. Queremos ampliar as bancadas, potencializar, isso é fato. Vamos trabalhar para ter candidatos em vários cantos do Estado, atraindo novos filiados, recebendo antigos filiados que optaram por sair em algum momento”, considerou Marinho, que é pré-candidato a deputado federal. 

Em 2018, o PT tentou convencer Suplicy a concorrer a uma vaga de deputado federal, para ser puxador de votos, na esteira do sucesso de sua candidatura a vereador – pelo sistema eleitoral brasileiro, se um postulante estoura sua votação consegue ampliar a participação de seus correligionários nas casas legislativas. 

Suplicy bateu o pé em tentar regressar ao Senado. Ele perdeu e a bancada petista de São Paulo na Câmara Federal, também. O bloco caiu de dez para oito integrantes.

Lançar Suplicy à Assembleia Legislativa é tática também para a legenda recuperar terreno no Parlamento paulista. O PT viu reduzir de 14 para dez o contingente de filiados com mandato na casa. Nomes como Beth Sahão, Carlos Neder, Antonio Mentor e Adriano Diogo, que costumavam frequentar os corredores da Assembleia, ficaram fora. Por outro lado, estar no Legislativo estadual não seria estranho a Suplicy: ele foi deputado estadual entre 1979 e 1983, eleito pelo PMDB (o PT só foi fundado em 1980).

No caso de Wyllys, trazê-lo para São Paulo envolve objetivo de captar eleitor que tem caminhado para nomes do Psol – como Guilherme Boulos. No Rio de Janeiro, o ex-deputado enfrenta a resistência do bolsonarismo – a base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro é o Estado do Rio. Na ótica dos dirigentes petistas,o território paulista seria fértil para uma candidatura de Wyllys ter sucesso, em especial pelas causas defendidas por ele, como a LGBTQIA+. 




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