Prefeito cita mudanças estruturantes para recuperar autoestima da cidade: ‘Era a mais triste da região’
O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), está no cargo há pouco mais de sete meses e, ao olhar para trás, aponta que as mudanças estruturais que tem adotado trazem novo sentimento ao morador da cidade. “O mauaense era o povo do Grande ABC com o menor índice de autoestima. Já estamos sentindo que o clima é outro, é de esperança, de ânimo melhor.”
Em visita ao Diário, o petista revelou que encontrou uma Prefeitura com série de problemas conhecidos e desconhecidos, com falhas novas que surgem a cada dia. Ele discorre que herdou a gestão de Atila Jacomussi (ex-PSB, atual SD) sem o mínimo de procedimentos que se exige de uma administração pública. “É problema para todo lado.”
Diante do cenário, Marcelo reuniu seu time de linha de frente e pediu projetos estruturantes. Relatou que, aos poucos, a locomotiva (símbolo de Mauá) volta aos trilhos, mas demanda tempo. Outro pilar desses primeiros sete meses de gestão tem sido pedir ajuda. “Mauá precisa. E muito. Não adianta ficar chorando por tudo de errado que passou. Temos de olhar para frente.”
O chefe do Executivo mauaense confirma que virou um habitué do Palácio dos Bandeirantes em busca de recursos. Que fez de seu gabinete uma sede de reuniões com deputados à caça de emendas. Que, nas reuniões do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, se mostra defensor da unidade do bloco até para que o município possa se beneficiar dos pleitos unificados. Isso sem olhar coloração partidária.
“Tenho encontrado dificuldade somente no governo federal, porque o povo lá parece não querer receber ninguém. Mas fui para lá em janeiro, no recesso, enchi a caixa deles de ofício. Aos poucos algumas batalhas que travamos fomos ganhando”, comentou o petista, em crítica ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido). “Quando ele sair de lá a situação vai melhorar mais.”
Marcelo relatou ter herdado R$ 165 milhões em dívidas de curto prazo com fornecedores. Encontrou falhas no pagamento com a FUABC (Fundação do ABC), gestora da saúde na cidade, em meio à pandemia de Covid-19, e até mesmo ausência de quitação de indenizações de comissionados exonerados pelo antecessor.
“Temos deficit orçamentário muito grande também. Só da folha de pagamento, esse descompasso é de R$ 60 milhões. Renegociamos tudo. Esperamos pagar no próximo mês as dívidas com fornecedores que não ultrapassem os R$ 100 mil. Quero entregar a Prefeitura sem dever para ninguém. Contratos do nosso mandato estão todos em dia”, celebrou o político, que pela primeira vez administra o município onde nasceu – antes, Marcelo tinha sido vereador e presidente da Câmara.
Ao analisar o índice de aprovação na pesquisa Diário/Badra, de 44,3%, Marcelo recorreu ao passado recente, que, na eleição, foi um de seus principais ativos. A cidade passou por escândalos de corrupção, que levaram Atila à prisão por duas vezes (inclusive com cassação de mandato, todos os atos revertidos na Justiça) e que envolveram quase a totalidade de vereadores da legislatura passada – exceto Marcelo, voz solitária de oposição ao governo Atila.
“Mauá passou por momento difícil. As nossas pesquisas de pré-campanha mostravam o pessoal com baixo autoestima. Era prefeito preso por desvio de dinheiro e uma cidade sem credibilidade, infelizmente. Era um povo do Grande ABC mais triste com o que acontecia. Vencemos as eleições em adversidade muito grande, junto a uma pandemia. Mas estamos reorganizando tudo. Estamos limpando a cidade, vendo empresas querendo se instalar em Mauá. São novos tempos. Tenho certeza que vamos colocar Mauá no lugar onde ela merece ficar. Vamos fazer muito pela cidade. Pode ter certeza e me cobrar disso”, finalizou.
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