Real Cestas, de S.Bernardo, tem objetivo de facilitar doação de kits para incentivo a solidariedade
Desde o início da pandemia a demanda por cestas básicas, de limpeza e de Natal cresceu 30% na Real Cestas, de São Bernardo. Antes, os principais clientes eram as empresas, que adquiriam os kits para dar aos funcionários ou mobilizavam os colaboradores em campanhas pontuais de doação. Agora, é crescente o incremento de pessoas físicas que buscam ajudar aqueles que foram prejudicados pela crise sanitária.
A Real, atualmente comandada por Gustavo Defendi e seu irmão Juliano, tem como objetivo facilitar o processo de doação de cestas para incentivar a solidariedade não apenas em momentos de crise econômica. “As doações têm que continuar (depois da pandemia), senão, vamos cada vez mais agravar a violência, os roubos. Vivemos em um País muito desigual”, afirmou Defendi em entrevista exclusiva ao Diário.
O diferencial da Real Cestas é a personalização, uma vez que monta cestas de acordo com as necessidades ou desejos de determinado cliente. Ou, ainda, conforme a demanda sazonal. Exemplo é que, com a aproximação do inverno, kit de cesta básica com um cobertor foi lançado a R$ 60. Além disso, a companhia disponibiliza em seu site a opção de fazer a doação diretamente a uma entidade assistencial. “As pessoas muitas vezes querem doar, mas não sabem onde”, observou Defendi.
Uma vez que a encomenda é feita, a empresa se responsabiliza pela montagem e entrega dos produtos. Tudo é feito na matriz, localizada na Vila Planalto, em São Bernardo, onde os 150 colaboradores seguiram trabalhando com todos os protocolos de segurança desde o início da pandemia. “Estamos fazendo entregas em todos os estádios de São Paulo (Capital) pela Cufa (Central Única das Favelas) para o projeto Mães da Favela. São mais de 30 mil cestas”, exemplificou o empresário.
Mais uma mudança observado no último ano foi o perfil de compra da cesta de Natal. Segundo Defendi, no pré-pandemia algumas empresas costumavam dar festas para comemorar o fim do ano. Como em 2020 não foi possível, elas decidiram presentear os empregados com kits natalinos, gerando incremento na demanda por itens deste segmento.
HISTÓRIA
A Real Cestas nasceu em julho de 2000. “Meu pai tinha o perfil de muita gente do Grande ABC. Trabalhou a vida toda na Brastemp, (onde) se aposentou. Quando eu tinha 19 anos, estava na faculdade e eu tinha um amigo que fazia (curso na área) agro (agronomia) e ele sempre dizia sobre como o setor de cestas era bom”, lembrou. Até que um dia, ele e o pai viram um anúncio no Diário sobre uma empresa, então chamada Harmonia Cestas, que estava à venda. “Meu pai apostou tudo, comprou e começamos nossa empresa”, contou.
À época, a firma vendia em média 300 cestas básicas por mês. Embora a Real Cestas não abra números, o crescimento nestas duas décadas foi exponencial. O segredo é sempre entender as principais demandas do mercado. “Tínhamos a preocupação que o cartão alimentação poderia nos prejudicar, mas entendemos que o setor produtivo é nosso cliente (ou seja, quem trabalha em linhas de produção). (Quem trabalha no setor) Administrativo, não é nosso cliente (porque recebe o benefício no cartão)”, explicou Defendi.
Outro avanço foi a busca por produtos de qualidade. O empresário recordou que a cesta básica era vista como um produto de segunda linha. Porém, agora, com o incremendo do poder de compra do trabalhador, há pressão para que os itens sejam de marcas de primeira linha. Adicional é a personalização de acordo com o segmento do trabalhador. Exemplo é que o kit de funcionários de posto de gasolina inclui sabão em pedra para limpar possíveis manchas na roupa de trabalho.
Colaborou Nilton Valentim
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