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Ala Thayná volta diferente à região: mãe, destaque do time e na Seleção

Ex-atleta do São Bernardo hoje defende a LSB-RJ, que enfrentará Santo André, pela Liga

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
26/06/2021 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Recém-chegada de Porto Rico, onde conquistou a medalha de bronze da AmeriCup de basquete feminino com a Seleção Brasileira, a ala Thayná Silva está de volta à região, onde vestiu por uma temporada a camisa do São Bernardo, para compromisso pelo seu atual time Sodiê Doces/Mesquita/LSB-RJ, às 11h, contra o Santo André/Apaba, pela Liga de Basquete Feminino, no ginásio do Parque Celso Daniel.

Na campanha pela Seleção, Thayná foi cestinha em dois dos sete jogos, contra El Salvador e Venezuela. Agora, reassume o papel de principal peça da equipe carioca, assim como fez enquanto defendeu a camisa são-bernardense: terminou a LBF de 2018 como segunda maior pontuadora da competição, foi eleita revelação e ainda entrou para a equipe ideal do campeonato. Tudo isso pouco tempo depois de viver momentos complicados.

“O ano de 2017 foi o pior para mim, estava parada (após sair da Mangueira), sem time, entregando currículo para começar a trabalhar. A Lays, armadora (atualmente no Santo André), é minha amiga desde a Seleção de base (jogaram o Mundial na Rússia, em 2015) e através dela vim para São Bernardo. Abriu as portas para mim. Me mandou mensagem perguntando o que estava fazendo e não pensei duas vezes: botei o pé na estrada e vim”, recordou ontem, ao atender o Diário em hotel da cidade. “Gostava de morar aqui, só não gostava do frio. Tremia toda. Não saía de casa. As meninas me chamavam e não ia (risos).”

No início do ano seguinte, um fato mudou sua vida: descobriu que estava grávida. “O Márcio (Bellicieri, então treinador de São Bernardo) é um amor, um dos melhores técnicos da minha carreira, me ajudou muito durante a gravidez, me apoiou psicologicamente, não me deixou abalar. E mesmo com minha filha ainda estou aqui (jogando basquete)”, exaltou Thayná, que é mãe da pequena Aylla.

Aliás, pouco antes de descobrir a gravidez, a ala sofreu grave acidente de moto. “Fiquei com a perna praticamente aberta, achei que não voltaria a andar, entrei em desespero. E logo depois veio a gravidez. Achei que não jogaria de novo tão cedo para me dedicar à minha filha e não mais viver do meu esporte. Mas minha família sempre me apoiou. No início de 2020 voltei a treinar, mesmo ainda amamentando”, relembrou a jogadora, que, como destaque do time, integrando a Seleção Brasileira e ainda sendo mãe, parece desacreditar do momento que vive. “Tudo está sendo melhor do que eu imaginava, agora com minha filha comigo.”

Jogadora sonha com Olimpíada e almeja defender time fora do País

Aos 25 anos, Thayná Silva tem planos para futuro próximo: ter sequência na Seleção Brasileira, com a qual pretende chegar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, e jogar fora do País. Tais situações são os objetivos da ala. “Disputar Olimpíada, com certeza, é um sonho. (Ao serem semifinalistas da AmeriCup) Nos classificamos para o pré-Mundial, espero estar lá de novo (entre as convocadas) e me doar ao máximo em quadra. Almejo, sim, sair do Brasil, na Europa ou Estados Unidos. Se for boa oportunidade, quero sim”, declarou.

Suas boas atuações pela LSB e na Seleção vêm, inclusive, chamando atenção de outros clubes. “Muitos agentes estão entrando em contato agora com os dirigentes (da equipe de Mesquita), isso é muito importante para mim, mas no momento estou focada no campeonato (LBF) e não consigo ver o que será lá na frente. Ainda não me vejo saindo da LSB. É praticamente uma família para mim. Me ajudam muito. Esse afeto e união que têm comigo são muito importantes para mim e sou muito feliz por isso”, concluiu Thayná, que no segundo semestre, quando não há calendário no Brasil, poderá realizar parte do sonho e jogar em outro país. 




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