Setecidades Titulo Pandemia
Região tem segunda pior taxa de
transmissão de Covid no Estado

Cada 100 pessoas infectadas com o coronavírus no Grande ABC transmitem para outros 158 indivíduos; marca só é melhor do que o 1,67 de Registro

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
23/06/2021 | 00:01
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Pixabay


O Grande ABC tem a segunda maior taxa de reprodução de Covid-19 do Estado, com 1,58 de transmissão, ficando atrás somente de subdivisão de Registro (1,67) em levantamento da SP Covid Info Tracker, plataforma gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria) que levam em consideração dados da pandemia disponibilizados pelo governo do Estado por meio da Fundação Seade.

O dado refere-se à taxa de transmissibilidade, ou seja, significa que cada 100 pessoas confirmadas com o novo coronavírus podem contaminar outras 158. O indicador, segundo especialistas, significa que os dados da pandemia na região estão “fora de controle”, já que o ideal é que a reprodução esteja com valor sempre abaixo de 1.

O próprio site da plataforma indica que valores de RT (Número Efetivo de Reprodução) que estão acima de 1 “representam aumento na disseminação do vírus, enquanto valores que estão abaixo representam redução”. No estudo, a região é classificada como Grande SP Sudeste e, no tempo de resolução dos casos, aparece no oitavo lugar do Estado, com 18 dias, em média, para que se tenha a recuperação plena do indivíduo infectado pelo coronavírus ou o óbito do paciente.

Conforme o infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco, a capacidade de transmissibilidade do vírus abaixo de 1 “é sinal de que a infecção está controlada e não sendo transmitida”. Segundo o especialista, o Grande ABC, com reprodução a 1,58, “está sem controle”. “O grande problema da Covid-19 é que muitas pessoas começam a transmitir a doença um ou dois dias antes de apresentar os primeiros sintomas, o que faz com que a transmissão fique sempre alta”, reforçou o médico, lembrando que os sintomas se iniciam, normalmente, após cinco dias de exposição ao vírus, além dos casos assintomáticos, quando não há sintoma aparente.

Segundo Branco, o estudo da plataforma mostra que o Grande ABC ainda tem alto risco de transmissão do coronavírus e, portanto, não pode minimizar as restrições. “Só vamos controlar (a pandemia) quando tivemos uma boa parcela da população vacinada, outra parcela que já contraiu Covid. Por enquanto precisamos diminuir a circulação das pessoas”, garantiu o infectologista, lembrando da importância do uso de máscaras, distanciamento físico e higiene das mãos. “Enquanto não tivermos 70% da população vacinada contra a Covid-19 com as duas doses, teremos de ter as pessoas isoladas”, reforçou.

O médico Renato Grinbaum, infectologista e professor do curso de medicina da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), compartilha da opinião de Branco. “(Ter) Controle significa número baixo de casos e internações. Ou seja, os dados da pandemia, assim, estão estáveis. Esse indicador (de 1,58 de transmissão no Grande ABC) é uma estimativa de quantas pessoas são contaminadas a partir de um caso fonte. O ideal é ser sempre 1 ou menos. Ou seja, 1,58 significa que o vírus ainda está circulando”, frisou o professor. 




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