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Na região, abertura de confecções cresce 33%

Mesmo com pandemia, foram 273 novas empresas do setor de janeiro a abril, totalizando 3.296 no Grande ABC

Por Flávia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
22/06/2021 | 00:01
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André Henriques/ DGABC


Ainda que o País esteja sofrendo com a pandemia, o Grande ABC ganhou mais 273 empresas e microempresas do setor de confecção e produção de roupas, acessórios e outras peças de vestuário entre janeiro e abril deste ano, 33% mais do que no mesmo período de 2020. No Brasil, o incremento foi de 35%. Segundo dados do Mapa de Empresas do Ministério da Economia, levantados pela Escola de Moda Sigbol a pedido do Diário, a região totaliza 3.296 firmas do setor ativas atualmente.

Diretor da rede Sigbol, Aluízio de Freitas observa que, embora o tamanho do crescimento do setor tenha surpreendido, o aumento em época de crise econômica é esperado. “Nos últimos anos, quando a economia e a geração de empregos patinam, as pessoas buscam empreender e este é um setor de oportunidades devido ao alto consumo. É claro que a demanda está reduzida, mas (peça de vestuário) é item obrigatório, então a procura sempre existe”, assinala. Além disso, quando o mercado começa a retomar, estas empresas estão no grupo cujo aumento das vendas é mais rápido.

Na Hellen’s Confecções, localizada na Vila Curuçá, em Santo André, a pandemia atrapalhou os negócios no início do ano passado, quando todo comércio não essencial teve que fechar. Contudo, as vendas não chegaram a zerar, uma vez que a confecção, que possui loja própria para varejo, continuou vendendo via WhatsApp. “O principal desafio foi manter a loja aberta. A pandemia não foi de todo mal porque captamos clientes de lojas que, infelizmente, fecharam. Mas foi um grande desafio manter as portas abertas e as contas em dia”, afirma o proprietário Rafael Andreoli.

Com a divulgação intensificada pelo aplicativo de mensagens e nas redes sociais, o estabelecimento ampliou a clientela, que é, em sua maioria, moradora do bairro onde a confecção está instalada. “Temos clientes de Guarulhos e até de outros Estados”, conta o empresário. No estabelecimento, 30% das peças, principalmente as lingeries, são de fabricação própria, enquanto os demais itens, como pijamas, são comprados de outras confecções. Atualmente, mais um desafio do setor é o encarecimento e a falta de matéria-prima.

TENDÊNCIAS 

Na avaliação de Freitas, a tendência é que o mercado cresça ainda mais nos próximos anos, haja vista o aumento de 35% na demanda por cursos de moda na unidade da Sigbol de Santo André. Tanto que um novo curso de design de moda está sendo lançado. “A maioria dos alunos diz que está se matriculando para uso pessoal, mas eles mesmos afirmam que a ideia é que, no futuro, aquilo (a formação) vire fonte ou complemento de renda”, explica. Outro fator é que o setor de confecções tem a empregabilidade alta e os profissionais qualificados se destacam.

Ainda que a o conceito de slow fashion (moda lenta, em tradução livre) – que defende a fabricação consciente, considerando as pessoas, o meio ambiente e os animais – esteja crescendo nos últimos anos, é uma tendência que deve se consolidar ainda mais em breve, incentivando a criação de pequenas empresas do ramo. “São nichos de mercado cíclicos e, por conta do consumo de recursos naturais e da geração de poluição que todo tipo de indústria normalmente gera, estamos caminhando neste sentido (do slow fashion)”, aponta Freitas. 




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