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Emprego em montadoras é o menor desde 1972
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09/01/2003 | 21:34
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O número de montadoras cresceu nos últimos anos, mas a indústria automotiva brasileira diminuiu o total de trabalhadores empregados em seu parque industrial. As empresas encerraram o ano com uma redução de 2,9 mil postos de trabalho. Assim, o número de trabalhadores das montadoras caiu de 94,7 mil no fim de 2001 para 91,8 mil pessoas em dezembro do ano passado.

O resultado é o menor desde 1972, quando o setor empregava 88,3 mil trabalhadores, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O pico do emprego nas montadoras foi alcançado em 1987, com 141,4 mil trabalhadores empregados nas montadoras.

Uma das explicações da Anfavea para a redução nos últimos anos é que, a partir de 1997, os resultados passaram a incluir apenas os empregos diretos, excluindo os decorrentes da terceirização das atividades, tendência crescente nas empresas do setor.

A entidade, entretanto, não forneceu informações sobre o aumento no número de postos de trabalho em outras atividades, alegando que não tem como calcular o acréscimo de trabalhadores em outros quadros sindicais.

Para o diretor da área automotiva da consultoria A.T. Kearney, Corrado Capellano, o emprego nas montadoras está menor, mas há mais atividades sendo realizadas na cadeia de fornecimento. Em sua opinião, foram criados empregos em outras empresas da cadeia.

O presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, diz que a tendência das montadoras é reduzir atividades que não sejam de seu core business. Um exemplo dessa transferência foi a criação da joint venture entre General Motors e Fiat na área de motores e câmbio e no setor de compras.

Em janeiro de 2001, 4.561 empregados que faziam parte do quadro da Anfavea foram transferidos para duas empresas subsidiárias, resultantes da associação das montadoras no Brasil. Com isso, o total de empregados caiu para 93,8 mil na ocasião.

Autopeças – As empresas de autopeças, entretanto, não ampliaram seu nível de emprego em 2002. O último resultado do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) indicava um total de 167,2 mil trabalhadores. O setor esperava terminar o ano com 165 mil empregados, o nível mais baixo desde 1995, quando havia 162 mil trabalhadores.

As empresas alegam que as demissões são conseqüência do desinvestimento no setor. Segundo o Sindipeças, a alta do dólar e a volatilidade da economia nos últimos meses levaram as matrizes dos fornecedores de sistemas e autopeças instalados no país a suspender os investimentos por, no mínimo, seis meses.

A onda de empregos gerada pelas newcomers (montadoras recém-instaladas) no Brasil, como PSA Peugeot Citroën, Renault e Mitsubishi, também passou. A única das novatas a anunciar novos empregos foi a Toyota, que vai instituir o segundo turno de produção em sua fábrica de Indaiatuba (SP), a partir de fevereiro, empregando 324 novos trabalhadores. O motivo foi o lançamento do novo Corolla, fabricado na unidade, que caiu no gosto do consumidor.

Outras montadoras não prevêem criar novos empregos, mesmo porque a expectativa da Anfavea para 2003 é de um mercado interno estagnado.




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