Política Titulo Crise sanitária
Extensão da pandemia alonga
contingenciamento na região

Prefeituras admitem ampliação do período de contenção de despesas públicas diante de eventual terceira onda da crise

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/06/2021 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


A extensão do período da pandemia de Covid-19 irá alongar o contingenciamento de recursos públicos no Grande ABC. Na esteira dos procedimentos adotados em Santo André com diretriz de corte de 25% nos contratos vigentes com a administração, as demais prefeituras da região admitem prolongar medidas de contenção de despesas diante do novo agravamento da crise sanitária e eventual terceira onda de pico da doença, tendo em vista aumento de gastos destinados ao enfrentamento do vírus, encolhimento de repasses externos e queda na arrecadação.

O governo andreense, chefiado por Paulo Serra (PSDB), editou decreto há uma semana em que determina a redução máxima permitida na legislação nos acordos celebrados com empresas terceirizadas – índice de 25% é apontado pela Lei de Licitações. A proposta se deu sob alegação justamente do recrudescimento do número de casos de Covid nos primeiros quatro meses do ano, somada à diminuição da receita. Além do enxugamento, o Paço decidiu impedir realização de obras não emergenciais exclusivamente custeadas pelo Tesouro municipal (há aval para intervenções com aportes externos). Em março, já havia contingenciado 16% no orçamento.

Diadema, gerida por José de Filippi Júnior (PT), apontou que vai continuar no segundo semestre os parâmetros do congelamento inicial nas despesas de manutenção e contratos de fornecimento e serviços. Justificou que o controle dos gastos tem sido “consequência da queda real no ingresso de recursos próprios dado pelos persistentes resultados negativos nos repasses do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nas últimas semanas”, e também pela redução do montante de transferências federais e estaduais para combate à Covid. “Neste primeiro quadrimestre, o município recebeu para as ações de Covid o equivalente a 10% de todo o exercício de 2020. Para todo o ano de 2021, a expectativa é ter uma queda na execução orçamentária global em torno de 15% do valor aprovado para o exercício.”

São Bernardo, nas mãos de Orlando Morando (PSDB), editou, no fim de 2020, resoluções de contingenciamento, com vistas a buscar equilíbrio orçamentário e que resultaram em congelamento “na ordem de aproximadamente R$ 1,5 bilhão”. “Em relação à existência de índice linear de contenção, foi estabelecida redução contratual de até 15%, calculado sobre o valor médio pago no exercício de 2020”, afirmou a Prefeitura, rechaçando que a situação traga impacto na prestação dos serviços municipais.

São Caetano, comandada por Tite Campanella (Cidadania), tomou ações similares no começo do ano, com contingenciamento de 6% das despesas, o equivalente a R$ 67 milhões. Sustentou ainda ter feito “sucessivas renegociações de contratos”. “A meta é fechar no azul e, com base nisso, podemos ou não aumentar o contingenciamento. Isso depende do comportamento arrecadatório e da despesa. É análise constante.” Já Ribeirão Pires, capitaneada por Clóvis Volpi (PL), pontuou logo de início contingenciamento de 40%, corte de secretarias e revisão de todos os vínculos.

Fotos: Celso Luiz/DGABC




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