Cultura & Lazer Titulo Sétima arte
Série de lives debate documentário Na Frequência do Funk

Curta foi co-produzido e idealizado pelo Coletivo Literalmente Favela e contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc

Por Do Diário do Grande ABC
02/06/2021 | 19:00
Compartilhar notícia
Divulgação


No dia 3 de junho, a partir das 20h, serão promovidas três lives na rede social do Coletivo Literalmente Favela com os protagonistas do documentário Na Frequência do Funk (2021). Realizado com o apoio da Lei Aldir Blanc (Lei nº14.017), viabilizado pelo Fundo Municipal de Cultura de Santo André, o curta foi co-produzido e idealizado pelo Coletivo Literalmente Favela, produzido por Jurema Audiovisual e dirigido por Neta Lavor. A transmissão será no instagram.com/sarauliteralmentefavela.

O trabalho traz jovens funkeiros moradores de periferias da cidade, cujos encontros não se dão apenas no palco. Suas histórias se cruzam num território onde as narrativas negadas são uma expressão da violência, chegando ao auge na criminalização do funk e o genocído da população preta e periférica.

Indo na contramão da estigmatização dessas linguagens, o projeto surgiu, justamente para contar a versão por quem vive na favela e tem com o funk uma meta de realização profissional de um fazer cultural artístico, que envolve dedicação e é uma cadeia produtiva que movimenta vários setores da economia, gerando empregos e fortalecendo o comércio local.

Dividindo-se entre outros trabalhos e a carreira, eles impulsionam, além da economia, seus sonhos e os sonhos de tantos outros jovens que vislumbram neles uma inspiração. A frequência do beat leva a galera a vibrar em shows e batalhas de rimas. Esses MC’s aderem também a vertente do funk consciente, com letras de superação, que trazem referências de suas realidades, a comunidade se identifica e faz o movimento tomar força.

Tendo James Brown como um dos principais expoentes responsável pelo ritmo, uma combinação das músicas negras americana, soul, blues, gospel, jazz, o movimento que surgiu nos EUA, na década de 60 não demorou chegar ao Brasil. Em meados dos anos 70, tocado primeiro em bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro, foi ocupando as periferias, adquirindo seus próprios formatos até se tornar no que é hoje.

O movimento que agrega moda, que tem a cultura do MC, as batalhas, ganha outros nomes na cena do funk: MC Tizzi, que começou cedo, aos 13, hoje, com seus 18, ainda garota, já se orgulha de suas realizações. Clipes gravados, fãs, suas composições estimulam o gosto pela literatura e pensa se formar em letras. Mc Neguinho da VL, 17, que pequeno viveu momentos que gente grande não aguentaria, por isso sonha alto e com leveza, fazer sociologia é um deles. MC GG, 25, que se divide em várias responsabilidades, entre elas, filhos, esposa, ofício de porteiro, cujas pequenas vitórias compartilha com os seus. O documentário traz essas três figuras que, ainda que disputem seus desejos de dar continuidade à carreira com a perseguição ao funk no ambiente periférico, sonham em levar sua voz da favela para o mundo. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;